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Politica Brasil
Segunda - 14 de Fevereiro de 2005 às 07:25
Por: Lígia Tiemi Saito

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O presidente da Câmara Municipal de Poconé (a 100 km de Cuiabá), Emir Lucas (PMDB), o Arrepiado, lidera um grupo que ingressará com ação no Ministério Público contra o prefeito Clovis Martins (PTB) sob acusação de nepotismo. Ex-presidente da Câmara, o petebista promulgou, quando era vereador, uma alteração na Lei Orgânica do Município coibindo o loteamento familiar em cargos públicos. "Mas ele foi o primeiro a infringir a lei, nomeando a irmã Enair Regina Martins (PSDB) como secretária de educação", reclama Lucas, alegando que a escolha fere o artigo 37 da Constituição Federal. O vereador garante que o prefeito nomeou diversos outros familiares em cargos de confiança. "São cerca de 20 pessoas. Estamos mobilizando uma ação hoje (ontem) ou na segunda-feira pedindo a devolução dos salários pagos", anuncia Emir Lucas.

Outra contradição, diz o vereador, é que apesar de Martins anunciar publicamente que encontrou a prefeitura falida, seu primeiro projeto enviado ao Legislativo refere-se ao reajuste salarial dos comissionados. "O projeto nº. 001 pede recomposição de 66% para os cargos de confiança. É errado, a população está repudiando a atuação dele", garante Arrepiado.

O peemedebista diz também que o prefeito escolheu para o primeiro escalão os ex-vereadores da época em que presidia a Câmara. "Houve 100% de renovação no Legislativo. Então, os que foram derrotados na última eleição assumiram diversas pastas do município", explica. Entre eles estão: Ney Marques (PTB), no comando da secretaria de Infra-estrutura, Ademir Jule (PP), na pasta de Administração e Marco Levy (PSDB), diretor contábil e financeiro da Prefeitura.

Conforme o presidente, a situação da cidade é lamentável. "A povo está revoltado. As ruas estão cheias de buraco, entulho, mato etc. Nenhuma ação foi desenvolvida", adverte. Além disso, Martins estima que os gastos com a folha salarial do município deve passar de R$ 19 mil, referentes a 2004, para R$ 55 mil. "Ano passado o prefeito, vice e vereadores tiveram aumento de 66%, autorizado pelo então presidente da Câmara que hoje é o prefeito", salienta.

Arrepiado diz também que o número de cargos comissionados duplicou, passando de 15 para 30 vagas. A medida de ingressar no MP, diz o vereador, foi tomada após orientar o gestor da prática ilícita. "Já conversei com o prefeito e ele disse que vai se defender como puder", frisa.




Fonte: A Gazeta

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