Búlgaro Slavkov se nega a "negociar" com Rogge e a deixar o COI

O búlgaro Ivan Salavkov, membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) supostamente envolvido em um escândalo de corrupção, rejeitou a proposta do presidente desta organização, Jacques Rogge, de deixar o cargo, medida que qualificou de "negociação".

O fato foi informado nesta quinta-feira em Sófia pela agência búlgara Focus, que publicou uma carta enviada por Slavkov a Rogge, que no mês passado de novembro lhe ofereceu deixar o cargo de membro do COI, o que daria um fim aos procedimentos para sua destituição.

"Estou surpreso pela proposta que o senhor me faz de renunciar, pela qual 'todos os procedimentos de expulsão serão automática e imediatamente interrompidos', o que me faz pensar que trata-se de uma negociação. Do meu ponto de vista, isto é inaceitável", respondeu Slavkov à mensagem de Rogge.

"Quero informar que desejo apresentar-me pessoalmente ante a sessão do COI em Cingapura para defender minha honra e meu nome", declara o búlgaro na mensagem enviada a Rogge, datada do dia 23 de dezembro e revelada apenas hoje.

Ivan Slavkov aponta que qualquer um dos outros membros do COI pode chegar a estar na mesma situação e "tornar-se vítima de ações desonestas, ilegais e completamente premeditadas".

No último mês de agosto, Slavkov foi temporariamente suspenso como membro do COI e excluído dos Jogos Olímpicos de Atenas por causa do documentário "Comprando os Jogos" da emissora britânica BBC, no qual ao búlgaro se via disposto a negociar seu apoio a Londres para os Jogos Olímpicos em 2012.

No final de novembro, a Comissão Executiva do COI recomendou a expulsão de Ivan Slavkov por ter violado o código ético da organização, decisão que será votada na sessão que acontecerá no mês de julho em Cingapura.

Slavkov, de 64 anos, genro do antigo líder comunista do país balcânico, Todor Yivkov, é presidente do Comitê Olímpico da Bulgária desde 1982 e da Federação Búlgara de Futebol desde 1995. Ele se juntou ao COI em 1987.