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Meio Ambiente
Quinta - 06 de Janeiro de 2005 às 12:08

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As Metas do Milênio da ONU, que incluem, entre outras coisa, a erradicação da extrema pobreza e o acesso universal à educação primária, não se materializarão se continuar-se fazendo caso omisso do desenvolvimento tecnológico nos países mais pobres, segundo um relatório dessa organização.

Em um momento em que o mundo inteiro lamenta a falta de um sistema tecnológico de alerta no sudeste asiático, os autores do relatório, apresentado nesta quinta-feira em Londres, solicitaram aos governos que deixem de prescindir de "assessoria científica".

A terrível devastação causada pelo tsunami é um claro exemplo de que os Estados não estão adotando as tecnologias existentes para "reduzir a magnitude deste tipo de desastres", denunciou o professor Calestous Juma, especialista da ONU.

"A soma requerida para estabelecer um sistema de alarme torna-se agora ridícula" em comparação com o custo humano e econômico do maremoto, acrescentou.

O relatório faz parte de uma série de dez trabalhos que serão apresentados nas próximas semanas ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, sobre as possibilidades de alcançar as oito Metas do Milênio em 2015, aos quais todos os países-membros das Nações Unidas se comprometeram em 2000.

Juma defendeu a necessidade de promover a tecnologia nos países menos industrializados através do desenvolvimento de infra-estruturas e potencializando o sistema universitário.

"Não só se deve falar de educação primária, mas as universidades devem desempenhar um papel maior para promover a ciência e a tecnologia" nos países mais pobres, ressaltou este especialista.

Insistiu em que os líderes dos governos "estejam a par" das inovações tecnológicos e que os "assessores científicos sejam tão imprescindíveis quanto os econômicos".



Segundo este especialista, não se trata de que o Terceiro Mundo potencialize tanto a pesquisa quanto que "aplique e adapte" as tecnologias que já existem nos países industrializados.

"É preciso pensar no desenvolvimento a longo prazo, e não tanto no envio de ajuda imediata, que só serve para aliviar", argumentou Juma.

Graças à aplicação tecnológica, vários países já conseguiram prover a seus cidadãos serviços básicos, segundo o relatório.

O governo do Uruguai, por exemplo, desenvolveu um aparelho para purificar a água que foi comercializado depois em outros países latino-americanos afetados pelo furacão Mitch, como Nicarágua e El Salvador.

O relatório também destaca a aliança entre Brasil, Índia e África do Sul para prevenir e tratar a aids e desenvolver a chamada nanotecnologia, que permite manipular objetos e criar dispositivos do tamanho de poucos nanômetros (equivalentes à milionésima parte de um milímetro).

Nesse sentido, Juma destacou a importância de criar "sócios globais, que compartilhem a responsabilidade pelos desastres naturais e aprendam as lições conjuntamente", como no caso do maremoto do sudeste asiático.




Fonte: EFE

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