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Politica Brasil
Terça - 04 de Janeiro de 2005 às 19:50
Por: João Mauricio Rosa

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Rio Branco, Acre - A Secretaria de Justiça, Cidadania e Segurança Pública do Acre (Sejusp) divulgou nota nesta terça-feira informando que uma carta manuscrita pelo ex-prefeito do município de Jordão, Francisco Turiano de Farias, revela que ele teria cometido suicídio por ter descoberto que o cofre municipal vinha sendo saqueado. Farias transmitiria o cargo ao seu sucessor Hilário Holanda de Melo (PT) sem pagar os salários de dezembro e o 13º salário aos servidores. Por isso, teria preferido o suicídio no último dia do mandato, na manhã de 31 de dezembro.

Na carta, endereçada ao seu filho, Kennedy Farias, o ex-prefeito menciona o nome de seus principais assessores como suspeitos pelo saque. Segundo Kennedy, que era chefe-de-gabinete da Prefeitura, seu pai confiava tanto nos assessores que lhes passava cheque assinado em branco. A carta não teve seu conteúdo revelado na íntegra, mas o ex-prefeito menciona o vice-prefeito, Fernando Moura; seu secretário de Finanças, Sebastião Lessa e Gessé Leitão, presidente da Comissão Municipal de Licitação e candidato a prefeito derrotado nas eleições passadas com apenas 47 votos de um total de 2.586 válidos.

"O suicídio do prefeito abre um leque de especulações e deixa nas entrelinhas suspeitas da existência de uma quadrilha, formada por pessoas de sua extrema confiança", diz a nota da Sejusp. "Essa quadrilha teria causado prejuízos insanáveis ao raspar os cofres da Prefeitura do Jordão, levando todos os recursos de convênios do Governo Federal, inclusive o dinheiro destinado ao pagamento de salários dos servidores referente ao mês de dezembro e do décimo terceiro. Os recursos teriam sido aplicados em fazendas e outros bens", relata o documento.

O município de Jordão, de 4.456 habitantes, está a 430 quilômetros de Rio Branco. Sem acesso por estradas, Jordão é ligada à capital apenas por aviões. A cidade mais próxima, por via fluvial, é Tarauacá, onde Farias teria disparado um tiro contra a própria cabeça no quarto de um hotel. Kennedy Farias teria sido testemunha do suicídio, pois estava hospedado no quarto 208, quase ao lado do pai, que estava no 205. Ele ouviu o tiro e chamou a Polícia Militar.

O delegado titular de Tarauacá, Raimundo Odacir Néri Guedes, encarregado do inquérito, não foi localizado nesta terça-feira. Mas o secretário de Segurança Fernando Mello informou que a carta está sendo analisada por peritos da Polícia Técnica para verificar se a grafia é a mesma de Farias.




Fonte: Agência Estado

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