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Cultura
Segunda - 03 de Janeiro de 2005 às 21:36

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Quem diria que uma idéia lançada entre amigos durante uma temporada de caça resultaria em um fenômeno do mercado editorial? A notável trajetória do Guinness World Records (Ediouro), que entra em 2005 com edição comemorativa de 50 anos, surgiu quando o irlandês Hugh Beaver tentava justificar seu fracasso diante dos companheiros com a hipótese de que as tarambolas, aves que lhes serviam de alvo, seriam as mais rápidas da Europa e por isso tão difíceis de serem capturadas. Plausível ou não, a controvérsia evoluiu para a idéia de registrar em um "livro de superlativos" respostas para toda espécie de polêmica de mesa de bar. No dia 27 de agosto de 1955 estava pronto o primeiro exemplar da tal enciclopédia, que logo foi reconhecida como fonte autorizada de recordes.

Foi o próprio Beaver, que ocupava o cargo de diretor administrativo da cervejaria Guinness, quem sugeriu o nome da publicação, cuja organização contou com a ajuda de três atletas (Chris Chataway e os irmãos gêmeos Norris e Ross McWhiter). Sucesso instantâneo, o Guinness World Records ganhou edições anuais atualizadas, que mantêm uma média de 3,5 milhões de exemplares vendidos a cada publicação. Somente até 2003 já havia registro de mais de cem milhões de exemplares comercializados em 37 idiomas, fato que confere ao livro o seu próprio recorde - o de mais vendido de todos os tempos no mundo inteiro, perdendo apenas para obras sem copyright, como a Bíblia e o Alcorão.

Na edição especial do cinqüentenário, o Guinness World Records conta aos leitores a história de sua criação, revisita os recordes mais importantes já registrados e apresenta entrevistas com alguns dos recordistas mais assíduos de suas páginas ao longo dessas cinco décadas. O melhor da festa é passear os olhos pelas imagens e textos sobre fatos e feitos impressionantes, que surpreendem pela forma como contariam as probabilidades do corpo humano e da natureza. Mas é claro que, ao lado das curiosidades realmente saborosas, figuram também as mais inacreditáveis bizarrices, distribuídas nas categorias seres humanos, mundo natural, mundo moderno, mundo material, feitos da engenharia, ciência e tecnologia, arte e mídia, música e entretenimento e esportes.

Estados Unidos e Reino Unido são os grandes campeões de registros no livro, mas o Brasil também se destaca, ultrapassando a marca dos 30 recordes em diversas categorias. No esporte, o destaque vai para Pelé, que acumula o recorde de jogador mais jovem a fazer um gol em Copa do Mundo (o craque tinha 17 anos quando marcou contra o País de Gales, em 1958, na Suécia) e o de maior número de gols em toda a carreira (foram 1.279, entre 1956 e 1977). A Rede Globo aparece como a emissora que mais produz novelas, sendo considerada "de longe a produtora mais rica e prolífica" do mundo. Outro destaque tupiniquim é a modelo gaúcha Gisele Bündchen, apontada como a top model de maior salário anual, que chegou a R$12,8 milhões entre 2002 e 2003, graças a contratos fabulosos com grifes como Victoria's Secret, Christian Dior e Dolce e Gabanna.

Números grandiosos também são atribuídos ao Carnaval de Salvador, considerado o maior do mundo por atrair cerca de dois milhões de pessoas a cada ano, gerando mais de US$ 250 milhões em negócios. A mãe natureza é outra responsável por bons e maus recordes brasileiros, como o de rio mais caudaloso (o Amazonas, que deságua até 340 mil metros cúbicos de água no Oceano Atlântico) e maior índice de desmatamento do mundo (entre 1990 e 2000 o País perdeu em florestas o equivalente a dez vezes o território do estado de Sergipe). Um dos mais importantes recordes é atribuído ao Maracanã, considerado maior estádio do mundo, embora o livro registre que o local tem capacidade para 205 mil torcedores, quando na verdade esse número caiu para 105 mil depois de uma reforma realizada em 1999.




Fonte: Correio da Bahia

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