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Politica Brasil
Sábado - 25 de Dezembro de 2004 às 10:07
Por: João Carlos Caldeira

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Já repararam como o espírito natalino, cristão e de solidariedade toma conta de todos nos últimos dias do ano?

As pessoas ficam mais solidárias, emotivas e fraternas. Conhecidos, amigos e parentes que não víamos ha muito tempo, mandam cartões de Natal ou telefonam. As mensagens pela rede mundial de computadores entopem as caixas postais. Compramos cestas, panetones, chocolates para funcionários, domésticas, para a massagista, para o vigia da rua, para o porteiro do prédio, para o zelador. Cumprimentamos mais uns aos outros, sempre desejando votos de felicidade, prosperidade e saúde.

Campanhas para arrecadação de alimentos, brinquedos e roupas, se multiplicam por todos as cidades de Mato Grosso e por todo o país. As Igrejas fazem mutirões para distribuírem sacolões e brinquedos em bairros pobres da periferia. As secretarias estaduais e municipais, qualquer que seja o nome (¨Bem estar social¨, ¨Assistência ¨, ¨Emprego e cidadania ¨, ¨Promoção social¨ ou outros), realizam grandes campanhas de solidariedade.

Os meios de comunicação, através das emissoras de rádio , Tv e dos jornais impressos, também colaboram ativamente nas campanhas e na distribuição. Colaboram também nos noticiários, reportagens e manchetes impressas. Podem reparar que nas últimas semanas do ano, a mídia dá uma trégua à violência, às tragédias e ao noticiário econômico e político. Fazem reportagens especiais sobre o Papai Noel, sobre a ajuda humanitária, mostram as festas e o movimento de pessoas nos grandes templos da prática hedonista e do consumo: os Shoppings.

Até mesmo na internet, as notícias são mais amenas e o que se vê são as previsões astrológicas para o próximo ano, as viagens de férias de celebridasdes, o verão e o que acontecerá com a Nazaré e sua filha na novela ¨Dona do Destino¨. Nessa época do ano ficamos menos egoístas, mais otimistas e tolerantes uns com os outros. Não seria bom se pudéssemos viver assim todos os dias de cada ano? Quantos dissabores poderiam se poupados; quantas ofensas não seriam ditas; quantos amores poderiam surgir; quantas amizades sinceras poderiam prosperar; quantas pessoas poderiam viver mais fraternamente, em harmonia e felizes. Não estou falando, até eu estou tomado pelas emoções e pelos sentimentos cristãos, no parágrafo acima (parece até coisa de poeta, não é?). E por falar em poeta:

¨ Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, Com outro número e outra vontade de acreditar, que daqui para diante vai ser diferente. ¨

Carlos Drumond de Andrade

Proponho então que apartir de 2005, façamos de cada novo dia, um final de ano, com as mesmas emoções e sentimentos pelos quais estão tomados agora.

João Carlos Caldeira Empresário, jornalista, professor universitário. E-mail: joaocmc@terra.com.br




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