Licitação para transporte coletivo adiada por prefeito

A concorrência pública para escolha da empresa de transporte coletivo que vai operar 40% das linhas de ônibus em Rondonópolis (a 218 km de Cuiabá) foi prorrogado por 90 dias. A decisão partiu ontem do prefeito Percival Muniz (PPS), justamente no dia em que estava marcado a abertura dos envelopes com as propostas. Sete empresas haviam se candidatado ao certame, sendo seis de Rondonópolis e uma de Cuiabá. Entretanto, as cinco empresas que reúnem as aptidões descritas no edital pertencem ao Grupo Oliveira, responsável pelo monopólio de 20 anos no setor.

A empresa vencedora da licitação substituiria a Comgente, autarquia criada em março deste ano pela prefeitura para administrar os 40% das linhas de ônibus na cidade, que estavam nas mãos do Grupo Oliveira. O edital publicado há 45 dias reúne as exigências para o certame: abertura dos envelopes com os documentos comprobatórios exigidos, capacidade técnica para investimentos em 12 ônibus grandes e 10 microônibus e a apresentação do valor ofertado (outorga onerosa) de pelo menos R$ 260 mil.

A Comgente assumiu os trabalhos com cinco ônibus e 16 microônibus, todos alugados da empresa Diplomata, pertencente ao Grupo Oliveira. A Diplomata atende os 60% restante do transporte coletivo e é a antiga proprietária da TCR, que manteve o monopólio por mais de 20 anos. "Foi um compromisso assumido pelo prefeito quando assumiu o município há seis anos", informa o secretário municipal de Transportes, Trânsito e Desenvolvimento Urbano (Setrat), João Batista de Oliveira, também o titular da pasta na administração do prefeito eleito Adilton Sachetti (PPS).

Para atender as exigências especificadas no Edital a empresa vencedora deveria investir algo em torno de R$ 3,5 milhões, incluindo frota, garagem e oficina mecânica. A idéia de Muniz é evitar que os 40% retornem para as mãos do Grupo Oliveira.