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Politica Brasil
Sexta - 24 de Dezembro de 2004 às 10:59
Por: Marcy Monteiro neto

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O secretário de Estado de Infra-estrutura, Luiz Antônio Pagot (PPS), rechaçou a decisão da Executiva Nacional do partido em sair da base de sustentação do governo Lula. Pagot afirma que o governador Blairo Maggi, afrontando o diretório nacional, não irá retirar o apoio ao governo federal. Mesmo com essa atitude, o secretário defende a permanência do governador no partido para disputar a reeleição em 2006. Pagot afirma que pouco tem influência em Mato Grosso a decisão do PPS nacional. Ele explica que o governador Blairo Maggi tem entendimento direto com o presidente Lula e tem conduzido no Estado as bases em apoio ao governo federal. "Maggi não vai retirar o apoio. Entendo isso tudo como um casuísmo do presidente do partido, Roberto Freire, que pouco tem a acrescentar no cenário nacional". Para Pagot, o assunto foi pouco discutido partidariamente.

Para o secretário Luiz Antonio Pagot, o PPS deverá trabalhar em conjunto com o PFL e PP nas eleições de 2006. "Também queremos agregar outros partidos. Vemos com muitos bons olhos a união com o PV e PDT", argumenta. Ele defende também a parceria estabelecida com o PT para a realização de obras no Estado. Tal parceria poderá ter resultados na campanha para o governo daqui a dois anos. "Particularmente considero o PT como um aliado em Mato Grosso. É importante a aproximação do PPS com o PT através de uma série de ações em conjunto, notadamente executadas pelo deputado Ságuas, Alexandre César e Abicalil", revelou.

Eleição

Se a decisão dependesse de Pagot, o governador Blairo Maggi permaneceria no PPS para disputar a reeleição. "Maggi não sai do PPS", arrisca. Pagot garante também que não tem projeto político pessoal para candidatar-se em 2006. Porém, não descarta essa possibilidade. "Provavelmente não vou disputar eleição a cargo nenhum. Há uma hipótese muito remota que depende do governador e do partido. Se houver verticalização e Maggi precisar do meu nome, estarei à disposição", avisa. Pagot explica que o governador pretende tê-lo como coordenador durante a campanha para reeleição e por isso a permanência dele no Executivo seria necessária.

Desbravando MT

Luiz Antônio Pagot nasceu no Rio Grande do Sul. Em 1994, a convite do empresário André Maggi, mudou-se para o município de Sapezal onde trabalhou na emancipação da cidade. Em dezembro do mesmo ano, juntamente com Blairo Maggi, Pagot foi incumbido de administrar a empresa Hermasa Navegação da Amazônia, do Grupo Maggi. Lá ele pôde colocar em prática sua formação em Economia e pós-graduação em administração financeira e estratégia nacional.

A mudança para Cuiabá veio 66 dias antes da eleição para o governo do Estado, em 2002. Pagot trabalhou na coordenação da campanha do então candidato Blairo Maggi. Com a vitória, Pagot tornou-se secretário de Estado responsável pela infra-estrutura do governo estadual.

Avaliação

No fim de dezembro a administração de Blairo Maggi à frente do Estado completa dois anos. Para Pagot, são 24 meses de "um belo desempenho", com obras que garantiram o desenvolvimento de Mato Grosso. Como exemplo disso, o secretário cita o investimento do governo no distrito industrial de Cuiabá, onde 38 novas empresas estão se instalando e outras 18, que já atuam na região, ampliaram as atividades. "As empresas notaram que o governo as apóia", argumenta, ressaltando a importância da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração nos programas de incentivo à instalação dessas indústrias. Pagot explica que nesses dois anos de governo foram feitos 122 mil m² de asfalto no local. "Colocamos mais asfalto do que nos 22 anos desde a implantação do distrito industrial", aponta.

Rodovias

As obras realizadas nas estradas de Mato Grosso foram algumas das mais divulgadas pelo governo estadual, principalmente devido à quantidade de trechos asfaltados ou recuperados. Segundo Pagot, nos quase 700 dias de governo foram asfaltados 1.313 quilômetros de rodovias. Destes, 744 foram feitos por meio de consórcios rodoviários no programa Pró-rodovia. Os outros 569 quilômetros foram implantados com recursos próprios da Fonte 100, Fonte 131 e da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). "Três estradas foram priorizadas no governo, que são a MT-130; MT-170, de Campo Novo até Juína; e MT-220, de Sinop até Juara", diz. No programa também será feito o asfaltamento e manutenção da MT-010, do distrito de Nossa Senhora da Guia até Rosário Oeste. "Essa estrada terá uma variante de Acorizal até Jangada", ressalta Pagot.

O secretário de Infra-estrutura criticou as administrações anteriores ao revelar que muitas dessas rodovias estavam sem assistência há 20 anos. Algumas nem haviam sido concluídas, como as estradas que vão de Mirassol D'Oeste a Curvelândia, Mineirinho a Itiquira e Canarana até a BR-158. "Um péssimo gerenciamento do dinheiro público. Esse foi o problema dos outros governos", reclama Pagot. "São estradas que estavam paradas há 20 anos e agora, com dois anos de mandato, conseguimos restaurar a pavimentação velha e concluir o que estava inacabado", completou. Ele ainda lança um questionamento. "No governo anterior, Mato Grosso arrecadou R$ 250 milhões com o Fethab. Para onde foi esse dinheiro?", indagou.

Nas obras realizadas pelo governo Maggi, o custo por quilômetro caiu pela metade. "Antigamente o Estado gastava R$ 600 mil por quilômetro. Agora gasta menos de R$ 300 mil. Nos consórcios o preço cai ainda mais, para até R$ 215 mil", ressalta. Pagot explica que o preço varia de acordo com a localidade da rodovia.

Pedágio

O secretário explica que o objetivo de se criar o pedágio nas rodovias estaduais é para garantir que elas sejam conservadas. Apenas os veículos com mais de uma tonelada serão taxados. "Haverá uma balança para aferição do peso das cargas por eixo nos trechos onde for cobrado o pedágio. Queremos disciplinar os volumes transportados".

As rodovias MT-010, no trecho entre Diamantino e São José do Rio Claro, e a rodovia MT-243, entre Lucas do Rio Verde e Tapurah, serão as primeiras a ter os postos de pedágio.

Rodovias federais

"Mato Grosso foi convocado diversas vezes para fazer trabalhos emergenciais nas rodovias federais, principalmente na BR-163", explica. O governo do Estado assumiu um compromisso com o presidente Lula para asfaltar a rodovia até o município de Guarantã do Norte. Parte desse compromisso foi cumprido com o asfaltamento de 13 quilômetros. Além disso, há grandes mutirões com prefeituras para fazer operações tapa-buracos nas rodovias. "Para a BR-158, há a expectativa de firmar um convênio para realizar o asfaltamento em conjunto com a União". Maggi terá um encontro em janeiro com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, para tratar do assunto.

Em dois anos o Estado também construiu e reformou 300 pontes por meio do programa Pró-Pontes. Mais de 200 são novas, incluindo 16 que são de concreto. "Construímos também a maior ponte de madeira do Brasil, em Colniza, com 278 metros de comprimento", diz Pagot.

Pró-Máquinas

Durante o governo, a Secretaria de Estado de Infra-estrutura realizou um programa para a aquisição de máquinas. Foram compradas 120 patrolas, pás-carregadeiras e caminhões basculantes. Esses veículos foram distribuídos pelo sistema de cessão de uso a prefeituras pouco equipadas ou que não tinham essas máquinas. "No mesmo programa foram reformados 522 equipamentos, entre tratores de esteira, patrolas, pás-carregadeiras, retroescavadeiras e caminhões basculantes".

Ainda sobre a avaliação dos dois anos de mandato, Pagot lembrou-se do compromisso assumido pelo governador Blairo Maggi durante a campanha eleitoral de construir 20 mil casas populares. Mais da metade, 14 mil, foram construídas até o momento. Pagot revela que o governo ultrapassará o que havia prometido e entregará à população cerca de 31 mil casas. "São casas com 40 metros quadrados, mas com água, energia elétrica, tratamento sanitário e asfalto", explica. Essas habitações estão sendo feitas em todos os municípios do Estado, inclusive nos mais novos, como Itanhangá e Ipiranga do Norte. "Também estamos construindo em assentamentos e em aldeias indígenas, atendendo a pedidos das etnias".





Fonte: Folha do Estado

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