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Economia
Terça - 21 de Dezembro de 2004 às 10:46

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A instalação de linhas de transmissão e hidrelétricas está trazendo mais do que luz para as cidades brasileiras. Só neste ano, 117 mil empregos diretos e indiretos foram criados apenas nos setores de transmissão e distribuição, de acordo com dados de associações destes segmentos.

Dados do Ministério do Trabalho e Emprego revelam que, no setor elétrico, existem 102 mil trabalhadores com carteira assinada. "É muito difícil precisar os números de empregos no setor elétrico. O que temos são estimativas de setores específicos", explica o diretor da Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica (Abrate), César Pinto. Segundo projeção da Abrate, o segmento de transmissão abriu cerca de 12 mil novas vagas diretas e indiretas ao longo de 2004. Números da Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) indicam ainda a abertura de outras 105 mil novas vagas na área de distribuição, entre postos diretos e indiretos.

Para o próximo ano, a geração de empregos no setor deve se intensificar. A expectativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é de que 24 novas hidrelétricas, de um total de 48 licitadas, comecem a ser construídas, além das 24 que estão em obras. A Aneel, encarregada de fiscalizar os empreendimentos, espera que o número de empregos cresça à medida em que as usinas forem liberadas. Essa previsão da agência é confirmada pelo consultor na área de energia Roberto Pereira. Ele explica que o número de vagas, que ficou estagnado depois do apagão de 2001, deve crescer nos próximos anos. "Com a liberação dessas usinas, as vagas vão aumentar e o setor elétrico vai dar saltos na geração de empregos", sustenta.

Pereira lembra que a produção de energia elétrica é importante para o desenvolvimento econômico da sociedade, permitindo - inclusive - o incremento da produção agrícola, além de estimular a formação de pequenas e médias empresas. Os municípios que ainda não dispõem de energia elétrica devem - segundo ele - identificar as vocações produtivas que podem ser estimuladas com a chegada da luz, articular parcerias junto aos órgãos responsáveis e às comunidades, e realizar ações de infra-estrutura de apoio ao desenvolvimento local.

Esse efeito indireto dos investimentos em energia sobre o processo de geração de empregos pode ser constatado, por exemplo, na pequena Nossa Senhora de Nazaré (PI). Com a instalação de redes de distribuição de energia, foi possível construir e instalar um centro comunitário de produção de mandioca, trazendo empregos para a população e renda extra para a cidade. "Com a energia elétrica, a cidade cresceu bastante e pôde produzir mandioca em grande escala e gerar emprego para a população", explica Lucienne Silva, prefeita da cidade.




Fonte: Folha do Estado

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