Demora está atingindo crianças

A Comissão da Infância e Juventude da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Mato Grosso vai acompanhar o andamento dos processos de adoção em trâmite na promotoria e no juizado de Infância e Juventude de Várzea Grande. O objetivo é saber por que crianças que estão há mais de 2 anos sem receber nenhuma visita não tiveram processo de adoção iniciado. Hoje, às 18h, a equipe da Comissão se reúne na sede da OAB para discutir o assunto.

Na casa assistencial Lar da Criança, em Cuiabá, há seis crianças de Várzea Grande que estão nesta situação e já eram para estar com documentação "pronta para adoção", ou seja, com o processo de destituição do poder familiar concluído. O receio, segundo a gerente do Lar da Criança, Amábile Leite Coimbra, é o de que as crianças alcancem os 6 anos de idade, quando fica muito mais difícil serem adotadas. "Geralmente os casais procuram por aquelas que têm até 6 anos, mas a maior preferência é pelas que têm até 2 anos", explica Amábile.

De acordo com a presidente da Comissão da Infância e Juventude da OAB-MT, Rosarinha Bastos, foram solicitadas informações às assistentes sociais de Várzea Grande para que seja identificado onde estão os respectivos processos e em que situação. "A partir daí, vamos distribuir os casos entre os sete membros da comissão para que o acompanhamento ocorra mais de perto", explica.

Quando não são adotadas ou reintegradas aos pais ou familiares, as crianças ficam na instituição até completarem 12 anos, momento em que são encaminhadas para outras casas assistenciais destinadas a adolescentes. Neste ano, duas crianças foram transferidas por esse motivo, segundo conta a gerente do Lar. Uma outra jovem também completou 12 anos e será encaminhada para a Casa da Retaguarda, segundo Amábile. "Ela não quer ir. Mora há mais de 5 anos aqui e já está acostumada com o ambiente", conta. A irmã dessa jovem foi adotada este ano por um casal francês.