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Politica Brasil
Segunda - 20 de Dezembro de 2004 às 14:05
Por: José Ribamar Trindade

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Soldados e oficias da Polícia Militar ameaçam deflagrar um movimento paredista neste final de ano em Mato Grosso. Neste momento, 750 oficiais da PM e do Corpo de Bombeiros do Estado estão reunidos no auditório da corporação. Ele reivindicam aumento salarial diferenciado dos demais servidores públicos estaduais e reclamam que não contam com a mesma regalia de outras categorias dos servidores.

O descontentamento com o governador Blairo Maggi e com o secretário de Segurança Pública co Estado, Célio Wilson é grande dentro da corporação. Segundo os oficiais, o governador não está respeitando a diferença entre polícia e servidor público “jogando todos numa vala comum”.

Os policias alegam que a diferença entre as duas categorias é muito grande. Reclamam que não têm direito ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviços, como tem alguns servidores contratos pela CLT. Além disso querem ter direito a horas extras, carga horária definida e alegam que são obrigados a dar dedicação integral ao estado, enquanto os servidores públicos trabalham 40 horas, folgam sábados, domingos e feriados.

Os PM reclamam ainda que não podem se sindicalizar, não podem fazer greve, não podem se filiar a partido políticos.

No encontro que estão tendo no auditório da PM, os oficiais reclamaram também que a corporação não tem direito a seguro de vida, não contam com auxílio moradia, não podem receber promoção de posto e não contam com a gratificação por função. Asseguram ainda que não contam com verba orçamentária para manutenção de quartel e unidades polícias (postos comunitários), enquanto que as outras secretárias tem orçamento para várias reformas.

Os polícias militares apontam também outra deficiência que consideram um aberração dentro da estrutura governamental. Segundo eles ao auxílio alimentação dado para um policial militar, em qualquer posto é de R$ 42,00 por mês, enquanto que um preso do Estado gasta R$ 800,00 por mês em alimentação.

Dizem oficiais, que durante o carnaval, “PM não senta, fica 24 horas em pé”, enquanto servidores públicos folgam durante toda a folia de momo.

Os oficias pedem aumento de subsídio, salários diferenciados do servidores públicos comuns e querem ser tratados com privilégios.

Troca de comando

Outro assunto que está sendo abordado no encontro é com relação a troca de comando. Segundo os polícias existe uma grande revolta na corporação. Eles alegam que nos últimos 20 anos a PM nunca conseguiu baixar o índice de violência no Estado. Em 2003, mais de 400 pessoas foram assassinadas. Em 2004, até hoje foram registradas 250 assassinatos, uma diminuição de quase 50%, no atual comando da PM. Para ressaltar a revolta com a mudança no comando, lembram ainda que os assaltos diminuiram.

Segundo os políticas a decisão de nomear uma nova cúpula para o comando da Polícia Militar, tirando do centro das operações o coronel Vitor Hugo Metello de Siqueira foi extremamente política. “O secretário Célio Wilson, não gosta do comandante Vitor Hugo. Por isso resolveu tirá-lo do cargo”, alegou um oficial de alta patente. “Isso não deveria acontecer. Não se mexe em time que está vencendo”, concluiu.




Fonte: 24 Horas News

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