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Politica Brasil
Sábado - 18 de Dezembro de 2004 às 19:07
Por: Adriana Vandoni Curvo

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Este artigo é uma espécie de agenda positiva 2005 para os interessados de plantão. Estou vendo o esforço e dedicação do nosso governador em se integrar com a cultura cuiabana e se popularizar na capital. Isso ficou claro em duas ocasiões, no almoço oferecido ao Senadinho e na chegada de papai Noel, onde ele era o próprio.

Resolvi, então, colaborar preparando um manual. Para isso procurei cuiabanos antigos, pedi ajuda a parentes e também a uns amigos que participam, junto de mim, de um site de discussões chamado “Defesa de Mato Grosso”. Essas pessoas, mesmo sem saberem a finalidade da minha pesquisa, me deram valorosa contribuição sobre os costumes e o jeito cuiabano de ser. Agradeço a todos que contribuíram e aos que porventura quiserem enviar sugestões. O material é extenso, mas procurei sintetizar.

Vamos aos primeiros passos. Após ter almoçado com o Senadinho é preciso que de vez em quando dê uma passadinha por lá, de preferência após ter feito umas comprinhas na Feirinha da Mandioca. Vá com o pacote nas mãos e comente que a mandioca tá sequinha.

De surpresa, passe na casa de algum cuiabano, tome um guaraná ralado e bata um papo sentado na cadeira de balanço na calçada da casa, aproveitando a fresca da tarde. Não se esqueça de perguntar sobre o bar do Bugre, a farmácia Tenuta, a Escola Modelo Barão de Melgaço, sobre o coreto da Praça Alencastro com a Preta brincando. Mostre interesse. Lamente não ter conhecido o Clube Feminino e nunca ter freqüentado o Tabariz. O Tabariz era um local com fogosas damas, onde os homens, segundo me contaram, iam apenas para bater papo, ouvir música ou nadar no rio. Sei! Disseram que outras coisas, só no Baú Sereno. Sei!

Uma boa sugestão é elaborar um projeto para reabrir o Cine Teatro Cuiabá. Claro que hoje em dia os cinemas estão dentro dos shoppings, mas lá poderia funcionar para apresentação de filmes alternativos, como os europeus. Ou como uma escolinha de arte em parceria com a iniciativa privada. Não é uma boa idéia?

No sábado pela manhã, dê uma chegadinha na casa do Seo Clínio e da Dona Diuina em São Gonçalo, eles fazem potes de barro à moda antiga. Compre uns e diga que só consegue beber água na caneca de alumínio tirada do pote. Essa é ótima!

Crie o hábito de tomar banho no quintal, de tanque, com uma lata de dois quilos de banha de coco da UFE (União Fabril Exportadora).

No domingo, nada de Rondonópolis, concentre-se aqui. Vá por volta das 10 hs da manhã tomar um chope bem gelado, claro, no Choppão. Fique até a hora do almoço, você vai gostar. A comida de lá é farta e um prato dá pra dois.

Leve para o Paiaguás uma rapadura comprada na Feira da Boa Morte, são as melhores. Quando estiver despachando com alguém, de preferência um cuiabano ou jornalista, converse chupando um pedaço dela. Oriente o serviço de copa a servir suco de tamarino (assim mesmo, com N e não com D), de caju, pitomba ou carambola. Para um lanchinho básico, bolo de queijo ou de arroz, paçoca com bananinha, furrundú, melado com farinha de mandioca. Lembre-se, nada do maravilhoso bolinho cueca virada.

Coloque um armador de rede na sua varanda e tire um cochilo depois do almoço. Compromissos só depois da sesta. Quando acordar beba outro guaraná ralado.

Siga rigorosamente o calendário dos festejos católicos. Em maio tem a esmola do Senhor Divino, entre em um grupo e saia pelas ruas pedindo esmola para o santo. No mês de junho tem a festa de São João, você deverá lavar os pés do santo. Em julho participe da festa de São Benedito e não se esqueça de falar em Bembém, a maior festeira de todos os tempos.

Tem muito mais para ser listado, quem sabe em um próximo artigo. Só para terminar, por favor, grave isso na sua memória, nós moramos no estado DE Mato Grosso e não no estado DO Mato Grosso. Isso é fundamental.

Adriana Vandoni Curvo

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