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Um livro sobre a arte e a rotina do circo
Feito a quatro mãos pelo palhaço Picolino II, Roger Avanzi, filho de Nerino Avanzi, o criador do primeiro Picolino, e pela pesquisadora Verônica Tamaoki o livro Circo Nerino (Editora Códex) tem 354 páginas fartamente ilustradas, com belíssimas fotos, entre elas dezenas feitas pelo francês Pierre Verger (1902-1996). Pela amplitude da pesquisa e pela documentação reproduzida em suas páginas - recortes de jornais, cartas, anotações em livro de ouro, depoimentos de artistas, pinturas de Bajado -essa publicação é desde já historiografia de suma relevância para a arte circense.
Para além dessa importância documental, Circo Nerino é narrativa que se mergulha como num livro de aventuras. Paixão, risos e lágrimas são os principais elementos da comovente narrativa da criação, apogeu e queda do Nerino.
Amantes dessa arte, aqueles que ainda não tiveram o prazer de conhecê-la e até os praticantes de esportes radicais certamente ficarão boquiabertos - como se estivessem diante de um perigoso número de trapézio -com as primeiras aventuras desses artistas que viajavam de barco e trem, enfrentando enchentes e tempestades antes da compra dos caminhões próprios. Não que as coisas tenham mudado muito depois, afinal, vale lembrar, o Nerino bateu os quatro cantos de um Brasil de estradas de terra, que mal iniciava seu desenvolvimento, na primeira metade do século passado.
Há histórias de heroísmo coletivo, como quando o pessoal do Nerino ajudou a conter um incêndio de grandes dimensões na cidade de Ilhéus, na Bahia. E muitos casos em que o circo mudou o rumo de uma vida, como no caso do artista Pingüim, um menino raquítico, deformado pela subnutrição, adotado pela família Nerino no interior de Minas Gerais, que se tornou um artista amado pelas crianças.
O livro traz também algumas histórias trágicas, como o depoimento emocionado de Alice Avanzi Silva sobre a morte de seu pai, Minervino Silva (1909-1946), numa tarde de ensaio. "Ele fez o giro gigante com tanta velocidade que, na virada da mão, a barra lhe escapou. Ele voou e caiu junto de mim. Eu e o Villy tentamos ajudar, mas ele pediu para que não tocássemos nele..." Minervino morreu pouco depois.
Na página seguinte a essa triste história, vemos em belas fotos William Avanzi Filho, o Villy, filho de Minervino, ensaiando números de equilíbrio. O show não pode parar. A lona do Nerino não está mais armada, mas sua história continua viva nesse depoimento apaixonado de Picolino, estímulo sem igual ao nascimento de outros circos e novos palhaços.
Para além dessa importância documental, Circo Nerino é narrativa que se mergulha como num livro de aventuras. Paixão, risos e lágrimas são os principais elementos da comovente narrativa da criação, apogeu e queda do Nerino.
Amantes dessa arte, aqueles que ainda não tiveram o prazer de conhecê-la e até os praticantes de esportes radicais certamente ficarão boquiabertos - como se estivessem diante de um perigoso número de trapézio -com as primeiras aventuras desses artistas que viajavam de barco e trem, enfrentando enchentes e tempestades antes da compra dos caminhões próprios. Não que as coisas tenham mudado muito depois, afinal, vale lembrar, o Nerino bateu os quatro cantos de um Brasil de estradas de terra, que mal iniciava seu desenvolvimento, na primeira metade do século passado.
Há histórias de heroísmo coletivo, como quando o pessoal do Nerino ajudou a conter um incêndio de grandes dimensões na cidade de Ilhéus, na Bahia. E muitos casos em que o circo mudou o rumo de uma vida, como no caso do artista Pingüim, um menino raquítico, deformado pela subnutrição, adotado pela família Nerino no interior de Minas Gerais, que se tornou um artista amado pelas crianças.
O livro traz também algumas histórias trágicas, como o depoimento emocionado de Alice Avanzi Silva sobre a morte de seu pai, Minervino Silva (1909-1946), numa tarde de ensaio. "Ele fez o giro gigante com tanta velocidade que, na virada da mão, a barra lhe escapou. Ele voou e caiu junto de mim. Eu e o Villy tentamos ajudar, mas ele pediu para que não tocássemos nele..." Minervino morreu pouco depois.
Na página seguinte a essa triste história, vemos em belas fotos William Avanzi Filho, o Villy, filho de Minervino, ensaiando números de equilíbrio. O show não pode parar. A lona do Nerino não está mais armada, mas sua história continua viva nesse depoimento apaixonado de Picolino, estímulo sem igual ao nascimento de outros circos e novos palhaços.
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/363830/visualizar/
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