Decisão sobre extradição de Arcanjo sai até o Natal

A decisão sobre a extradição do bicheiro João Arcanjo Ribeiro deverá sair até o dia 25 de dezembro. A informação é da Justiça Federal de Mato Grosso. Na tarde de ontem, a Secretaria Nacional de Justiça, por meio do juiz Humberto Alves de Mendonça, da Divisão de Medidas Compulsórias, enviou um ofício ao juiz federal da 1ª Vara, Julier Sebastião da Silva, informando que o advogado de defesa de Arcanjo interpôs recurso à sentença de extradição emitida pelo Tribunal de Apelação em desfavor de seu cliente.

Humberto Mendonça esclareceu ainda que o trâmite da apelação em segunda instância deverá ocorrer antes do recesso do Poder Judiciário daquele país, previsto para o dia 25 de dezembro, ou seja, a decisão final sobre a extradição de Arcanjo virá como presente de Natal.

No dia 18 de novembro, a Justiça uruguaia anunciou ter autorizado a extradição de João Arcanjo Ribeiro.

Na época, em uma reportagem publicada no jornal eletrônico de Montevidéu, capital uruguaia, “El Observador”, a defesa de Arcanjo havia afirmado que iria entrar com apelação junto à Suprema Corte de Justiça. Para o juiz Julier, se isso ocorresse, a corte uruguaia poderia tomar uma decisão rápida e favorável à extradição. Arcanjo, quando vier para o Brasil, deve ocupar uma das celas da ala federal da Penitenciária Pascoal Ramos, em Cuiabá, afirmou o juiz.

Das quatro acusações que pesam contra Arcanjo para sua extradição, três foram levadas em conta, como a alegação de que o crime de lavagem de dinheiro ocorreu no Brasil e não no Uruguai.

Arcanjo e sua esposa Sílvia Chirata tinham fugido do Brasil e foram pegos no Uruguai em abril do ano passado. Ele é acusado de chefiar o crime organizado em Mato Grosso. Os dois foram sentenciados principalmente por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e sonegação de tributos. Arcanjo, segundo o Ministério Público, teria mandado matar quatro pessoas em Cuiabá em 2002, uma delas o fundador da Folha do Estado, Sávio Brandão.

As condenações de João Arcanjo Ribeiro já chegam aos 49 anos e podem aumentar. Sílvia Chirata está livre no Uruguai A extradição da mulher de Arcanjo, Sílvia Chirata, foi negada, assim como a do sócio do bicheiro no Uruguai, Adolfo Sesini. O Ministério da Justiça brasileiro foi quem pediu a extradição dos três. Chirata e Sesini participavam do esquema de Arcanjo. Sílvia Chirata foi condenada a 25 anos.

A vinda da mulher de Arcanjo para o Brasil não foi permitida, pois Sílvia ganhou a liberdade no mesmo dia em que foi autorizada a extradição de Arcanjo.

O juiz Julier explicou que há a possibilidade de os uruguaios permitirem a liberdade da mulher porque naquele país lavagem de dinheiro não é considerada crime.

Contudo, disse o magistrado, mesmo em liberdade no Uruguai, Chirata é considerada uma condenada e seria presa assim que deixasse o país uruguaio.