Clubes da Liga Carioca vão ao ataque contra a Ferj

Apesar de terem criado a Liga Carioca, Botafogo e Flamengo fazem uma ofensiva com pressão dentro da Federação do Rio. Os clubes questionam atos da entidade na Justiça e negociam para a CBF atuar. A pressão já levou a suspensão de assembléia da Ferj na semana passada. Nesta quarta-feira, os clubes esperam uma solução do presidente Ricardo Teixeira para o impasse do Estadual do Rio em 2005.

O presidente do Flamengo, Márcio Braga, disse que espera que a CBF os chame para discutir como atuar no caso Ferj.

"O Ricardo disse ao David Fischel (presidente do Fluminense) que poderia nos dar uma solução para a intervenção branca" disse o dirigente.

O problema é que advogados ligados a Eduardo Viana, presidente afastado da Ferj, já descartaram a possibilidade de o dirigente aceitar essa intervenção. A medida é impossível sob o ponto de vista legal.

Mas a CBF pode ganhar força porque está ajudando financeiramente a Ferj. Já pagou boa parte dos R$ 300 mil em salários atrasados e agora deve emprestar dinheiro para quitar a dívida com o INSS.

Ao mesmo tempo, Botafogo e Flamengo pressionam internamente o atual presidente Rubens Lopes. Na sexta-feira, os advogados da Liga do Rio entraram com ação pedindo o cancelamento da assembléia de aprovação de orçamento da Ferj, de atos do presidente, e do calendário para 2005.

"Os clubes querem esclarecimentos antes de votar", disse o advogado da Liga, Hélio Barros.

Mas ainda na sexta-feira, Rubens Lopes cancelou a assembléia, antecipando-se à liminar obtida pelos clubes. Mas nesta terça-feira à tarde, um oficial de justiça arrombou a porta da Ferj, que estava fechada, para encontrar o dirigente e intimá-lo sobre a decisão. Os advogados da entidade alegam que todos os documentos estão disponíveis.

"Temos que fazer a assembléia até o fim de dezembro para cumprir o estatuto", disse Luiz Gutman, advogado da Ferj.