Maçonaria perde filho ilustre

O cirurgião dentista Nilson Constantino morreu ontem aos 91 anos após ficar vários dias internado num hospital da Capital. Expoente maior da maçonaria mato-grossense, ele dedicou 58 anos de sua vida à instituição. Constantino iniciou as atividades na maçonaria em 1946 e por 14 anos exerceu o cargo de Grão-mestre do Grande Oriente do Estado de Mato Grosso do qual ele foi um dos fundadores. Foi também venerável por seis vezes da loja benemérita Acácia Cuiabana, localizada na rua 13 de Junho.

O cargo maior foi exercido por dois anos - entre 1978 e 1979 - ao fazer parte como Grão-mestre do Colégio de Grão-mestre da Confederação Maçônica do Brasil.

Para o professor Aecim Tocantins, Nilson era um ardoroso defensor da maçonaria. "Doutor Nilson sempre será lembrado pelo seu caráter, simplicidade muito trabalho. Era um grão-mestre que exercia seu ofício trabalho", destacou. Para Tocantins, Nilson era um homem simples e altamente responsável.

"Falar de maçonaria é falar de Nilson Constantino. Ele é um emblema da maçonaria. Podemos dizer que a (loja) Acácia Cuiabana pode ser dividida entre antes e depois do doutor Nilson. Ele foi uma pessoa que a maçonaria vai ficar sempre devendo", assinalou Walter Peixoto, orador da loja Acácia Cuiabana.

Acrescentou que Nilson Constantino, embora tenha entrada para a maçonaria em 1946, dois depois que começou a se destacar no cargo de mestre de cerimônia. De lá para cá, exerceu alternadamente o cargo de venerável até chegar ao Grã-mestre. "Quem exerceu tantas vezes o cargo de venerável e também Grão-mestre só pode ser uma referência na maçonaria", observou. Peixoto lembrou que convivia com Nilson Constantino desde 1962 quando entrou para a maçonaria.

Conforme relato de alguns maçons, em 1955, Nilson criou a Escola Primária Acácia Cuiabana no atual centro de Cuiabá e depois mudou-se para a rua Jaime Figueiredo e, posteriormente, foi encampada pelo Município. Anos depois, fundou as lojas Acácia do Ocidente e Conquista da Integração.

Na chamada "vida profana" - antes de se tornar maçônico - ele foi fundador e presidente do Clube Feminino que funcionou na rua Barão de Melgaço. Participou de um clube de seresta de Cuiabá que tinha como integrantes Odare Vaz Curvo, Dante Miraglia, Hermínio Pastel e Vicente da Flauta.

Nilson Constantino casado há 64 anos com dona Nini Constantino deixa duas filhas - Louise e Regina, além de nove netos seis bisnetos.