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Nacional
Sábado - 11 de Dezembro de 2004 às 11:38
Por: Felipe Mendes

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Rio de Janeiro - Policiais da 17ª. Delegacia Policial (São Cristovão) e peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) encontraram nesta sexta-feira, no alto do Morro do Telégrafo, Complexo da Mangueira, restos de um corpo que pode ser o do presidente da bateria da Mangueira, Róbson Roque, de 43 anos. Ele está desaparecido desde a noite de quarta-feira e existe a suspeita de que tenha sido assassinado por traficantes locais por causa de desavenças na escolha da nova rainha de bateria da escola de samba.

De acordo com o diretor do Instituto Médico Legal (IML), Roger Ancillotti, foram encontrados parte de um braço e de uma arcada dentária no local conhecido como "forno de microoondas", uma espécie de caixa de concreto onde traficantes costumam queimar suas vítimas. "Há indícios de que um corpo foi recentemente queimado ali. O material foi recolhido e encaminhado para o IML onde será periciado", disse.

Ancillotti informou que o reconhecimento dos restos mortais será feito por meio do DNA, mas que a perícia depende do interesse dos familiares em ceder material para comparação. "Vamos aguardar. A partir da coleta deste material, em oito dias podemos ter o resultado se o corpo pertence ou não ao Róbson Roque", afirmou Ancillotti.

A suspeita de que Roque foi morto por traficantes surgiu após uma ligação para o disque-denúncia. De acordo com ela, o presidente da bateria da Mangueira teria sido queimado e seu corpo deixado numa localidade conhecida como Pedreira. Policiais vasculharam a região durante toda a quinta-feira, mas nada encontraram. O motivo do crime seria a escolha de Amanda Mattos para ser a nova rainha de bateria da escola, ocorrida no dia 3 de dezembro. Ela não seria a preferida dos traficantes. A direção da Mangueira não acredita nesta possibilidade e manteve toda a programação para este fim de semana.

Caso seja confirmado que os restos mortais são mesmos de Roque, será a segunda vez que o tráfico interfere na escolha da rainha da bateria da Mangueira. Em 2002, às vésperas do carnaval, Tânia Bisteka foi retirada do posto sem explicações convincentes. Na época, comentou-se no morro que os traficantes queriam outra jovem para ser a madrinha.




Fonte: Agência Estado

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