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Economia
Sexta - 10 de Dezembro de 2004 às 07:52
Por: Paulo Maciel

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São Paulo - Mais importante do que o valor da redução da tarifa de energia elétrica para o consumidor em 2005, o resultado do leilão de energia elétrica embute uma mudança na lógica da regulação do setor. A afirmação foi feita pelo professor da Escola de Administração da Fundação Getúlio Vargas (FGV), José César Castanhar, durante entrevista ao programa Conta Corrente, da "Globo News".

"Quando foi feita a privatização, os lances eram definidos em função de quem desse o maior ágio, o que significava que isso seria repassado para o consumidor, levando ao aumento da energia", lembrou Castanhar. "Quer dizer, ainda que a economia não seja aquela prevista, o fato de haver alguma economia, interrompendo essa trajetória de aumento contínuo, já é positivo. E, principalmente, acho que é uma mudança importante em termos da própria filosofia da regulação do setor."

O professor da FGV está otimista quanto às possibilidades de crescimento do Brasil no próximo ano e antecipa que o setor externo deverá continuar impulsionando a economia brasileira a partir de janeiro. Além disso, Castanhar citou o dinamismo dos pólos produtivos do interior do País, com efeitos positivos se alastrando pelo restante da economia. "Embora eu acredite que possa haver alguns ajustes, a minha avaliação é otimista. Eu acho que o País tem ímpeto para continuar nessa trajetória de crescimento", opinou.

Castanhar frisou que a base do crescimento se deu nos setores mais dinâmicos da economia brasileira, o que não deverá se alterar significativamente no próximo ano. "Eu acho que vai ser mantido esse ímpeto e permitir que esses investimentos ampliem e impulsionem ainda mais o crescimento no médio prazo."

Pelo fato de ter exportações mais diversificadas entre os países emergentes, Castanhar prevê que o Brasil deverá manter a competitividade, no próximo ano, apesar da valorização do real frente ao dólar e do euro em relação à moeda americana. "Eu acho que esse movimento de valorização do euro dá um fôlego adicional para as exportações brasileiras", acredita o professor da FGV.

Ele disse ainda que o Brasil, além de apresentar uma diversificação significativa na pauta de exportações, também possui uma ampla base de exportadores. "Eu acho que as exportações permanecerão vigorosas, passando dos US$ 110 bilhões, embora as importações também devam aumentar", previu para 2005. E arrematou: "Acredito que o saldo (comercial) pode até ficar abaixo dos 30 bilhões (de dólares), mas não muito abaixo."




Fonte: Agência Estado

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