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Cultura
Quarta - 08 de Dezembro de 2004 às 07:10
Por: Maria Angélica de Moraes

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Alguns trabalhos de grandes nomes da pintura brasileira estarão expostos a partir de hoje na 9ª Exposição de Artes Plásticas, organizada pela Art Galeria Mara Dolzan, a marchand Márcia Pacher e o colunista Fernando Baracat, em cartaz até o dia 10 no Cuiabá Tênis Clube. A coletiva é uma boa oportunidade para conferir a qualidade, contemporaneidade e tendências das artes plásticas produzidas hoje no país.

Além da exposição de artes plásticas o evento vai contar com jantar beneficente seguido de desfile de moda da Maison Victoire, Cia dos Olhos e Revê Dor, by Carmem DeLamônica e apresentação do Ballet Caroline. Vale frisar que parte da renda dos convites será revertida para a Associação dos amigos das crianças com Câncer (AACC).

Participam desta coletiva os artistas plásticos, Sérgio Ferro, Yutaka Toyota, Tomoshigue Kusuno, Ken"ichi Kaneko, Cássio Lázaro, Carlos Araújo, Fukuda, Paulino Lazur, Bin Kondo, Marcos Sestini, Ilka Lemos, Ary Corrêa Jr. Entre os nomes citados encontram-se artistas com trabalhos em galerias na Europa e Estados Unidos, além de um currículo com exposições nos museus mais importantes do mundo.

Currículos - O curitibano Sérgio Ferro já foi chamado de herdeiro tropical de Michelangelo e de Caravaggio, autor de telas mitológicas, religiosas e poéticas. "Todas impregnadas de humanismo neo-renascentista, panacéia para os males do nosso mundo a caminho da guerra. Ferro refugia-se na mitologia, onde ciladas, desafios, e castigos infringidos pertencem ao passado remoto. Mítico e místico, sua pintura nos revela mistérios antigos", elogia a crítica Margarita Pericás Sansone.

Radicado na França, ele é formado em arquitetura pela Universidade de São Paulo. Suas obras são universais. Prova disso é que estão expostas em diversos cantos do mundo, como no Museu de La Passion, em Dunquerque, na França; no Museu Frac Rhones, nos alpes franceses; Museu Thessalonique, na Grécia; Museu de Arte Contemporânea de São Paulo e na Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Kenichi Kaneko, além de artista plástico, também é ator e já participou de diversos programas como Os Trapalhões, A diarista e filmes de Tizuka Yamasaki. Kaneko nasceu em em Yokohama, no Japão, e chegou ao Brasil na década de 60. Ele é especializado na técnica Batik, de tingimento em couro, e um dos nomes representativos da arte oriental. Suas obras podem ser vistas em coleções públicas no Museu de Arte Moderna de Kamakura, no Japão, Museu de Arte Contemporânea de São Paulo e no Museu de Arte Nipo Brasileiro.

A arte e o talento japonês também estão representados nesta mostra com as obras de Yutaka Toyota, que também veio para o Brasil na década de 60. Através de recursos inerentes ao espelho, sua pintura ou escultura com faces de aço recurvada, proporciona visões diferentes, em diversas posições, às vezes retorcidas, das pessoas ou dos objetos nela refletida, mostrando um novo universo, o do In-Yo (positivo-negativo).

Segundo Toyota, suas obras refletem o meio que as cercam, fazendo parte de uma arte ambiental. Entretanto não mostram apenas o mundo real, o cotidiano visível, mas também o mundo ilusório, ou seja, "imagina" e "constrói" o profundo desconhecido da terceira dimensão. Suas pinturas ou esculturas buscam este novo universo, onde o espectador e o ambiente estão inseridos num novo tempo e num novo espaço. As obras de Toyota estão presentes em galerias do Japão, Washington (EUA), Milão (Itália) e em São Paulo.

Tomoshigue Kusuno é o terceiro artista japonês presente nesta coletiva. Ele vive em São Paulo e suas obras estão expostas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu de Arte Nipo Brasileiro de Bunkyo e na Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Já o artista plástico brasileiro Fukuda é uma revelação dentro da linha dos pintores japoneses instalados no Brasil. Mestre em contrastar cores e com formas aparentemente informais, Fukuda trabalha profundamente sua criação, que tem como base os signos orientais. Virtuosismo técnico é característica de suas obras que transmitem, além de beleza, força e muita leveza.

Entre os representantes da arte brasileira nesta coletiva estão Carlos Araújo e Cássio Lázaro. Araújo é autodidata e sua obra evidencia um perfeito domínio da técnica, aliada ao talento que demonstra desde criança. Seus temas são cheios de inspiração social: a sociedade brasileira lhe fornece a matéria para transformar em arte as misérias e tragédias humanas.

Cássio Lázaro traz para a mostra em Cuiabá as esculturas confeccionadas em aço-carbono que o tornaram um artista consagrado no país e fora dele. Seu talento empresta formas e significado a importantes troféus concedidos no país.




Fonte: A Gazeta

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