Fusão de pastas provoca insatisfação

Em três dias, o prefeito eleito de Cuiabá Wilson Santos (PSDB) enfrentou resistência de dois segmentos que se mostraram insatisfeitos com a reforma administrativa proposta por ele: de esportes e do turismo. No sábado, ele esteve na Universidade Federal de Mato Grosso onde esclareceu as dúvidas sobre a fusão da Secretaria de Esportes com a de Educação aos representantes da área.

Ontem, representantes do setor do turismo tentaram, em vão, reverter a proposta de fusão da pasta com a Agricultura, e Indústria e Comércio. Pela reforma, a nova secretaria que abrange os quatro setores passará a ter a denominação de Trabalho e Desenvolvimento Econômico. O encontro foi realizado no hotel Paiaguás, e durou pelo menos duas horas. “Muitos cedem às pressões, não é fácil fazer essa reforma. Porém, ela é necessária e não vamos arredar os pés”, declarou Wilson Santos, desanimando os presentes.

O ex-secretário de Indústria, Comércio e Turismo de Cuiabá, o vereador eleito Francisco Vuolo, disse que só fato da pasta não levar a palavra turismo já dificulta qualquer relacionamento lá fora. “O próprio Estado tem a secretaria específica, o governo federal criou o Ministério do Turismo. O segmento precisa do status para conseguir recursos, para alavancar”, afirmou Vuolo.

O argumento utilizado por Wilson Santos na reunião com os empresários do ramo turístico foi de que as pastas que serão fundidas nunca tiveram essa nomenclatura, ou seja, são secretarias especiais. “O turismo nunca teve uma secretaria municipal, agora sendo uma diretoria poderá ser melhor trabalhada. Mas isso não impede que daqui há dois anos possamos criar para valer a pasta do turismo”, disse o tucano.

No encontro, estiveram presentes representantes de universidades que têm o curso de turismo, o presidente da Associação Brasileira de Hotéis, o ex-secretário municipal de Indústria, Comércio e Turismo, Francisco Luiz Carlos Nigro, o atual secretário de Indústria, Comércio e Turismo, Ilson Sanches, a secretária estadual de Turismo, Ieda Marli de Assis, entre outros que se mostraram frustrados com o posicionamento do tucano.

Luiz Carlos Nigro explicou que o “balde de água fria” fará com que pensem quais os caminhos que poderão ser tomados a partir de agora. A maior revolta do setor é que durante a campanha eleitoral, Santos recebeu um documento e se comprometeu a cumprir as reivindicações. Entre os pontos está a garantia de que a secretaria continuaria a ter os mesmos princípios, caso ele fosse eleito.

Na tentativa de acalmar os ânimos, Wilson Santos pediu que o trade indique o nome de um possível diretor para a nova Diretoria do Turismo, a ser criada dentro da futura Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Econômico e até mesmo do futuro titular da pasta.

Franscisco Vuolo disse que mais do que nunca o setor será a sua bandeira. “Estarei defendendo dentro da Câmara Municipal. Vou cobrar”.