Eleição para diretor tem até BO

Neste domingo, cerca de 30 mil pessoas vão às urnas em Várzea Grande votar para eleger os diretores das escolas municipais. Nas 47 unidades escolares, 86 professores e servidores do quadro de efetivos da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec) se candidataram ao cargo.

Em 14 escolas os eleitores votarão em candidato único. Mas nas outras 33 a disputa tem dois, três e até quatro concorrentes. Em algumas as eleições se acirraram e a disputa foi parar na polícia, como no caso da escola municipal Rita Auxiliadora Campos Cunha, que fica no bairro Mapim.

Nessa escola, duas pessoas - um dos candidatos e uma professora - decidiram registrar queixa na Polícia contra a diretora atual. A professora de Geografia Neide Ribeiro Amorim, de 44 anos, denunciou a atual diretora e candidata à reeleição Isabel da Conceição Vitalino Figueiredo, de 38 anos, por perseguição.

Neide Amorim diz começou a ser perseguida e maltratada pela diretora porque decidiu declarar seu apoio ao outro candidato, o professor de História Idenilson Henrique Pinheiro, de 43 anos. Ela também levou a queixa ao conhecimento da comissão eleitoral da escola e ao setor responsável pelo processo de gestão democrática na Secretaria de Educação. “Estou esperando ser ouvida pela secretaria”, observou a professora.

Já o candidato Idenilson registrou queixa-crime ontem pela manhã na Delegacia do Jardim Glória. Ele diz que além de xingamento e maus tratos, a diretora o acusou de pegar dinheiro com político para comprar votos. “Ela falou na minha cara que estou sendo financiado pelo prefeito eleito. Quero que prove isso”, esbravejou ele.

Na direção da escola Rita Auxiliadora há 12 anos, dois mandados por indicação política e dois eleita pela comunidade e professores, Isabel Vitalino negou as acusações e disse que desconhece a existência de queixas na polícia contra ela.

Depois de dizer que não está perseguindo ninguém, mas exigindo pontualidade e cumprimento da carga horária, Isabel mandou um recado, sem mencionar nomes. “As pessoas colhem aquilo que plantam”. A gratificação salarial, entende a diretora, é a principal causa da disputa pelo cargo de direção. Quem tem uma cadeira de professor (leciona só um período), por exemplo, tem a oportunidade de ter o salário triplicado, mais gratificações por tempo de serviço e cursos de pós-graduação.

Para assessora Pedagógica e de Cultura da Smec, Catarina Sena de Toledo, o processo eleitoral transcorre dentro da normalidade em Várzea Grande. Catarina disse que não tem conhecimento conflitos graves ou mesmo a existência de denunciais policiais envolvendo candidatos. “É lamentável se isso estiver acontecendo. As escolas deveriam dar o exemplo, não repetir a vergonha que é a eleição político-partidária”, protestou.

Em Várzea Grande, a escolha dos diretores pelo voto direto de alunos, pais, professores e servidores teve início em 1999, mas em lei o processo só foi previsto em 2001. A princípio o diretor só poderia ser reeleito uma vez, mas este ano a lei 2380/01 foi alterada para permitir o terceiro mandato consecutivo.