Rondolândia poderá ter nova eleição se Guedes for cassado

O município de Rondolândia poderá ter nova eleição. O prefeito reeleito José Guedes (PPS) é acusado de cometer uma série de irregularidades no pleito eleitoral. O juiz deve proferir a sentença nos próximos dias. Como Guedes conquistou 52,6% dos votos, caso o registro de candidatura dele seja cassado, o segundo colocado, Rubson de Carvalho (PSL), ficará impedido de assumir e novas eleições devem ser convocadas.

Guedes foi afastado do cargo no início do mês pelos vereadores da cidade. Ele é acusado de desvio de dinheiro público e de cometer irregularidades na aquisição de convênios em parceria com o governo estadual. Além disso há quatro denúncias contra ele em um processo que tramita na Zona Eleitoral de Juína, que responde pela cidade de Rondolândia.

Índios

Em uma aldeia da cidade, os índios teriam sido treinados por um funcionário da prefeitura para votar apenas no prefeito reeleito. Após a apuração, foi constatado que Guedes obteve 232 dos 255 votos da seção eleitoral localizada na escola Zawa Karey Pangyjy. Foi computado também um voto em branco e 22 nulos. Os outros dois candidatos não tiveram votos.

Com a saída de José Guedes assumiu o cargo o presidente da Câmara, Mauro Keller. Em 2000 o prefeito eleito foi José Luiz da Silva (PSDB), que renunciou ao cargo em agosto de 2003. José Guedes, então vice-prefeito, assumiu a vaga naquela oportunidade. O prefeito interino teve acesso aos documentos da prefeitura e constatou irregularidades em vários processos licitatórios. "Encontramos requisições para a compra de cerveja e carne que teriam sido usados em comícios", denuncia Keller. Segundo ele, também há indícios de que Guedes tenha distribuído combustível durante a campanha eleitoral.

O juiz eleitoral Geraldo Fidélis argumentou que o processo está na fase final. "A sentença deve sair até quarta-feira. O processo só não chegou ao fim porque fui convocado pelo TRE-MT para uma reunião em Cuiabá", esclareceu o magistrado.