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Antero Barros admite falhas na CPI
A CPI do Banestado aprovou ontem um cronograma para a conclusão dos trabalhos ainda neste ano. Diante da descrença dos deputados e senadores em resultados consistentes, o presidente da comissão, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), e o relator, deputado José Mentor (PT-SP), fizeram um mea-culpa, reconhecendo falhas no processo.
Criada para investigar evasão de divisas por meio de contas CC-5, a CPI foi marcada por uma guerra política, troca de acusações, vazamento de informações, procedimentos irregulares e denúncias de chantagem. Esses escândalos precipitaram o fim da comissão, que poderia ser prorrogada para o próximo ano.
"Somos humanos, a CPI teve muitos erros, mas é preciso que a gente não adote a prática da infalibilidade. Não tenho dúvidas que enormes serviços já foram prestados. Sem a CPI não haveria a operação Farol da Colina [da PF], a prisão de doleiros, autuações do Banco Central", disse Paes de Barros.
Segundo o presidente da CPI, o fato de não haver tempo para ouvir todas as pessoas necessárias para as investigações não comprometerá o relatório final. "Não existem somente provas testemunhais, há também as provas documentais", disse.
Ao mesmo tempo que tentou aplacar o descontentamento dos integrantes da CPI, Mentor também tentou diminuir as expectativas em torno do relatório final. "Temos que ter um pouquinho de cautela nesse final. Eu reconheço que talvez as diligências pudessem ter sido melhor trabalhadas", disse o relator. Ainda de acordo com ele, "a CPI pode fazer uma peça importante para o país, mas ninguém aqui nunca teve a pretensão de concluir tudo o que foi investigado".
Segundo o cronograma aprovado ontem, o relatório final será apresentado no próximo dia 7 e votado a partir do dia 14. Antes será feita uma diligência em São Paulo e enviada uma carta rogatória ao Uruguai para tentar ouvir João Arcanjo Ribeiro, o comendador.
Senadores e deputados que integram a comissão reclamaram da centralização de informações nas mãos de Mentor e Paes de Barros, o que teria deixado os demais à margem das investigações.
"O sentimento é de tudo o que poderia ter sido e não foi. Ficamos nos mesmos nomes de sempre, [Celso] Pitta, [Paulo] Maluf. Poderíamos ter avançado muito mais", afirmou o deputado Sérgio Miranda (PC do B-MG).
Esquema
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) acusou o governo de montar um esquema para desmoralizar o instrumento das CPIs.
"Estamos fazendo papel de bobo da corte. A CPI era para investigar bilhões de dólares e ficamos falando sozinhos. Eu não sirvo para bobo. Acho que ainda há condições de fazer algo, enviando os documentos para o Ministério Público e para a Polícia Federal nos ajudar", afirmou.
O momento de maior atrito da reunião foi quando a líder do PT, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), disse que o importante era encerrar os trabalhos. "É bom para sabermos o que o PT pensa agora das CPIs. A senhora falou igualzinho ao tempo da ditadura, quando não queriam CPIs", disse Simon.
Criada para investigar evasão de divisas por meio de contas CC-5, a CPI foi marcada por uma guerra política, troca de acusações, vazamento de informações, procedimentos irregulares e denúncias de chantagem. Esses escândalos precipitaram o fim da comissão, que poderia ser prorrogada para o próximo ano.
"Somos humanos, a CPI teve muitos erros, mas é preciso que a gente não adote a prática da infalibilidade. Não tenho dúvidas que enormes serviços já foram prestados. Sem a CPI não haveria a operação Farol da Colina [da PF], a prisão de doleiros, autuações do Banco Central", disse Paes de Barros.
Segundo o presidente da CPI, o fato de não haver tempo para ouvir todas as pessoas necessárias para as investigações não comprometerá o relatório final. "Não existem somente provas testemunhais, há também as provas documentais", disse.
Ao mesmo tempo que tentou aplacar o descontentamento dos integrantes da CPI, Mentor também tentou diminuir as expectativas em torno do relatório final. "Temos que ter um pouquinho de cautela nesse final. Eu reconheço que talvez as diligências pudessem ter sido melhor trabalhadas", disse o relator. Ainda de acordo com ele, "a CPI pode fazer uma peça importante para o país, mas ninguém aqui nunca teve a pretensão de concluir tudo o que foi investigado".
Segundo o cronograma aprovado ontem, o relatório final será apresentado no próximo dia 7 e votado a partir do dia 14. Antes será feita uma diligência em São Paulo e enviada uma carta rogatória ao Uruguai para tentar ouvir João Arcanjo Ribeiro, o comendador.
Senadores e deputados que integram a comissão reclamaram da centralização de informações nas mãos de Mentor e Paes de Barros, o que teria deixado os demais à margem das investigações.
"O sentimento é de tudo o que poderia ter sido e não foi. Ficamos nos mesmos nomes de sempre, [Celso] Pitta, [Paulo] Maluf. Poderíamos ter avançado muito mais", afirmou o deputado Sérgio Miranda (PC do B-MG).
Esquema
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) acusou o governo de montar um esquema para desmoralizar o instrumento das CPIs.
"Estamos fazendo papel de bobo da corte. A CPI era para investigar bilhões de dólares e ficamos falando sozinhos. Eu não sirvo para bobo. Acho que ainda há condições de fazer algo, enviando os documentos para o Ministério Público e para a Polícia Federal nos ajudar", afirmou.
O momento de maior atrito da reunião foi quando a líder do PT, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), disse que o importante era encerrar os trabalhos. "É bom para sabermos o que o PT pensa agora das CPIs. A senhora falou igualzinho ao tempo da ditadura, quando não queriam CPIs", disse Simon.
Fonte:
FolhaPress
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/367254/visualizar/
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