Turismo prevê melhor ano em 2004

Brasília - O setor de turismo deve ter o seu melhor ano em 2004, segundo revelou o Boletim de Desempenho Econômico do Turismo, divulgado hoje pelo Ministério do Turismo. "Os seis setores pesquisados tiveram resultados positivos no terceiro trimestre do ano, acima do que previram na pesquisa feita no segundo trimestre. Isso mostra que a realidade superou as expectativas", disse o secretário executivo do Ministério do Turismo, Márcio Favilla. "Todos estão prevendo que os negócios vão crescer nos próximos três a seis meses e esperam aumentar a contratação de funcionários", completou.

Segundo o Ministério do Turismo, 96% dos empresários entrevistados na área de operadoras apostam no incremento na venda de pacotes internacionais e 94% apontam aumento nas vendas de pacotes domésticos. Com exceção do setor de hotelaria, que prevê a manutenção dos empregos no mesmo patamar, os demais setores esperam contratar mais pessoas no último trimestre do ano, estimulados pelo aumento da demanda. Em relação ao primeiro semestre de 2003 e de 2004, os setores indicaram expansão nos negócios. Na hotelaria, por exemplo, 74% indicaram expansão no segundo semestre do ano, 16% estabilidade e 10% disseram estar em retração. A pesquisa ouviu 836 empresas em todo País das áreas de hotelaria, agências de viagens, organização de eventos, operadoras de turismo, turismo receptivo (pacotes internacionais) e restaurantes. Essas empresas movimentam cerca de R$ 2 bilhões ao ano e, em outubro, empregavam 28.286 pessoas.

Favilla afirmou que o governo não tem informações sobre cancelamento de viagens ao Brasil, por estrangeiros, em função dos eventos recentes de violência, como o ataque a turistas nas praias do Rio. Os turistas estrangeiros que visitaram o Brasil de janeiro a outubro deste ano gastaram US$ 2,593 bilhões, registrados pelo Banco Central, o que representa um crescimento de 32,02% em relação aos gastos de igual período do ano passado e já supera o ingresso registrado pelo País ao longo de todo o ano passado (US$ 2,479 bilhões).

O governo espera que os gastos dos turistas estrangeiros venham a superar a marca de US$ 3 bilhões este ano, batendo um recorde histórico. O presidente da Embratur, Eduardo Sanovicz, disse que, se for acrescido o "pocket money" (não registrado oficialmente), o valor dos ingressos com o turismo estrangeiro deve chegar perto de US$ 4 bilhões este ano, ante US$ 3,385 bilhões no ano passado.

Aumentaram também os gastos dos turistas brasileiros no exterior: 20,7% nos dez primeiros meses do ano. Segundo Favilla, o superávit do setor de turismo de janeiro a outubro deste ano foi de US$ 327 milhões ante US$ 88 milhões em igual período de 2003 e US$ 217 milhões em todo o ano passado.

O número de pessoas que desembarcaram no Brasil, vindos do exterior, aumentou em 14,8% nos dez primeiros meses do ano em relação ao mesmo período de 2003. Segundo os dados do Ministério do Turismo, desembarcaram no País 4,995 milhões de pessoas, incluindo estrangeiros e brasileiros que retornavam do exterior. Desse total, 258 mil vieram em vôos charter (exclusivo para turistas), enquanto que nos dez primeiros meses de 2003, os passageiros desses vôos totalizaram 172 mil. "Os passageiros desses vôos são 100% estrangeiros", disse Favilla.

O número de desembarques nos vôos domésticos cresceu 17,8%, totalizando 29,859 milhões de janeiro a outubro de 2004. "Desde outubro de 2003 vem crescendo o desembarque de vôos nacionais, o que reflete o crescimento da economia nacional", avaliou Favilla. Segundo ele, preocupa o governo o reflexo da crise econômica das empresas aérea no turismo brasileiro. "O setor aéreo é central para o turismo de qualquer País", disse.