Centro Histórico começa a ser inventariado

O Centro Histórico de Cuiabá começa a ser inventariado este mês. Secretaria de Estado de Cultura, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Associação dos Lojistas do Centro Histórico, Universidades Federal e de Cuiabá, Fórum de Turismo, Exército e órgãos ligados à Prefeitura da Capital estão unidos para mobilizar a população para inicialmente mapear o Patrimônio de Cuiabá, começando pelos bens tombados na região central.

A proposta foi debatida nesta segunda-feira (22.11) no Palácio da Instrução. Na próxima quinta-feira (25.11), o convênio entre as partes será assinado no gabinete do governador Blairo Maggi. O Inventário do Centro Histórico de Cuiabá é o primeiro projeto do programa de Revitalização e Recuperação do Patrimônio de Mato Grosso.

“Vamos começar pela região da Igreja do Rosário e São Benedito e entorno. Após sabermos qual é a situação de cada imóvel é que poderemos entrar na etapa da revitalização, como por exemplo a troca, pela Rede Cemat, do cabeamento aéreo para o subterrâneo”, explicou o secretário de Estado de Cultura, João Carlos Vicente Ferreira, afirmando ainda que o objetivo é que esta etapa sirva como modelo para ser aplicado em outras regiões da cidade, como o Porto e o Coxipó, e outras cidades históricas de Mato Grosso.

“Esta é uma proposta que vai realmente mudar a cara de nossa cidade, levantando a auto-estima de toda população, como os soteropolitanos têm orgulho de seu Pelourinho, bairro de Salvador (BA) que atrai turistas do mundo inteiro”, comentou José Humberto, presidente do Fórum de Turismo de Cuiabá.

Para o vice-reitor do Centro Federal de Ensino Tecnológico (Cefet), tirar o projeto de Revitalização do Centro Histórico de Cuiabá do papel é um sonho comum. “Cada cuiabano precisa se tornar um agente de transformação em respeito da nossa história”, disse Henrique do Carmo Barros. A mesma opinião tem o presidente da Associação de Lojistas do Centro Histórico de Cuiabá, Paulosalem Gonçalves. “Nossa tarefa será envolver os comerciantes para a proposta”. Hoje a entidade tem aproximadamente 200 associados.

Sônia Regina Romancine, membro do Instituto Histórico e Geográfico, espera que os moradores mais antigos da região central sejam os primeiros a abraçar a proposta. “Eles tem muito a contribuir para a ação de educação patrimonial”, salientou.

MOBILIZAÇÃO – O Inventário do Patrimônio Histórico de Cuiabá está sendo coordenado por Wildinéia Ribeiro, museóloga, advogada e pós-graduanda em História. O arquiteto e historiador Moacyr Freitas é o supervisor do projeto, que conta ainda com outros profissionais renomados e 24 estagiários de arquitetura, que foram selecionados para auxiliar no levantamento de dados, elaboração de plantas no sistema Autocad.

Na próxima semana a equipe será treinada por especialista do IPHAN de Brasília, iniciando o inventário imediatamente. “Pretendemos entregar o inventário da primeira etapa até junho de 2005. O projeto total envolve mais cinco regiões centrais, encerrando na Praça da Mandioca”, detalhou a coordenadora. Para fase inicial já estão garantidos recursos na ordem de R$ 150 mil do Governo do Estado e R$ 40 mil do IPHAN.

“Parabéns ao governo do Estado e esta sociedade formada pelos cuiabanos que aqui nasceram e os que foram adotados e adotaram esta cidade, pelo seu jeito recanto de Brasil Central consciente que é preciso se preparar agora para entrar com louvor em seu terceiro centenário”, elogiou o médico Renato Vilas-Boas.