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Meio Ambiente
Quarta - 10 de Novembro de 2004 às 18:41

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Segundo a definição do Programa Brasileiro de Biocombustíveis, o biodiesel é o combustível formado pela mistura, em diferentes proporções, de éster (nome técnico para um tipo de gordura) de óleos vegetais com o óleo diesel convencional derivado de petróleo. O diesel vegetal, contudo, já é chamado diretamente de biodiesel pelos técnicos, independentemente da mistura com o derivado de petróleo.

O biodiesel vegetal pode ser obtido de diferentes fontes, como soja, girassol, mamona ou simplesmente óleo de fritura doméstica. Para que seja obtido, é preciso separá-lo do óleo vegetal por meio de reações químicas. Isso é feito principalmente por dois processos, dos quais o mais usado é de transesterificação - reação de um óleo vegetal com um álcool (metanol ou etanol - o álcool comum, usado nos automóveis, feito a partir da cana-de-açúcar), na presença de um catalisador (substância que acelera o processo químico), que produz biodiesel e, como subproduto, a glicerina (produto usado nos sabonetes).

Kleber Mundim, professor do Instituto de Química da Universidade de Brasília (UnB), destaca como principal vantagem do processo de transesterificação o fato de que a tecnologia necessária já é amplamente difundida no Brasil. Como desvantagem, o professor ressalta que a glicerina produzida pelo processo necessita de mais etapas para ser comercializada. "O produto [glicerina] tem valor de mercado, mas é contaminado pelo álcool, o que faz com que requer um processo de purificação, gerando um custo adicional", explicou.

Especialista na produção de biodiesel por meio de craqueamento térmico/catalítico (processo que provoca a quebra molecular por aquecimento a altas temperaturas - ou seja, faz com que a substância se "dissolva", ou "desmanche"), Mundim explica que o uso dessa tecnologia viabiliza a produção de biodiesel em pequenas localidades.

No processo de craquamento, segundo o professor, há um gasto relativamente alto com energia térmica, uma vez que a quebra molecular ocorre a partir dos 350° C, e a produção é de pequena escala. "Cerca de mil litros por dia", explica. Em compensação, a tecnologia se mostra mais adequada para pequenas localidades. "Um fazendeiro, por exemplo, pode produzir biodiesel, abastecendo a propriedade e sua maquinaria", diz. "Sobretudo, o biodiesel [produzido pelo craquamento] é quimicamente equivalente ao [diesel] obtido do petróleo, mas sem enxofre – componente altamente poluente".




Fonte: Agência Brasil

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