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Líderes palestinos buscam evitar o caos sem Arafat
Com o agravamento do estado de saúde de Yasser Arafat, a liderança palestina está tentando se organizar rapidamente para evitar o caos caso Arafat venha a morrer ou fique incapacitado de governar.
A primeira providência é assegurar o funcionamento das três instituições básicas que eram dirigidas por Arafat: a Organização pela Libertação da Palestina (OLP), o movimento Fatá e a Autoridade Palestina.
De acordo com o analista Danny Rubinstein, nos últimos dias, vem se configurando uma divisão do poder entre os dois líderes palestinos mais importantes que se encontram nos territórios ocupados, o ex-primeiro-ministro Mahmoud Abbas e o atual primeiro-ministro Ahmed Korei. Abbas, que hoje é o segundo na hierarquia da OLP, deverá dirigir a organização e o movimento Fatá, e Korei deverá dirigir a Autoridade Palestina.
Poderes
A OLP afirma representar todos os palestinos do mundo. Por isso, na hierarquia do poder palestino, é superior à Autoridade Palestina, que representa os palestinos residentes na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
Na última quinta-feira, o comitê executivo da OLP outorgou a Ahmed Korei poderes militares e financeiros para que ele possa governar a Autoridade Palestina neste momento de crise. Até então esses poderes eram concentrados nas mãos de Yasser Arafat.
De acordo com a Constituição da Autoridade Palestina, se o presidente morre ou fica incapacitado de governar, devem ser realizadas eleições gerais dentro de 60 dias. Porém, nas circunstâncias atuais, nas quais tanto a Cisjordânia quanto a Faixa de Gaza se encontram ocupadas pelo Exército israelense, é difícil dizer como tais eleições poderiam ser realizadas.
Símbolo
Além de suas funções formais como dirigente das instituições palestinas, Yasser Arafat tem mais uma função, mais importante e mais complexa. Ele é visto como "pai da nação palestina", e, nesta função, de caráter simbólico e emocional, é insubstituível.
Não há outro líder palestino que se aproxime do carisma de Yasser Arafat, que conduziu os palestinos de uma condição de refugiados dispersos pelo Oriente Médio à de uma nação com direitos reconhecidos pelo mundo inteiro.
Como símbolo da identidade palestina, Arafat constitui o principal elo de coesão de uma sociedade bastante fragmentada.
Existe o temor de que, com o desaparecimento deste elo de coesão, a sociedade palestina possa se despedaçar e se crie uma disputa violenta pelo poder entre as diversas facções, incluindo os grupos radicais islâmicos, Hamas e Jihad Islâmico, que também exigem uma parte do poder político.
Se a transição de poder nos territórios palestinos tiver um caráter caótico e violento, o processo de paz, já congelado, entre israelenses e palestinos, ficará ainda mais difícil.
Mas, por outro lado, se Mahmoud Abbas conseguir se firmar como líder da OLP e do Fatá, existe a possibilidade de algum avanço no processo de paz, pois Abbas é visto, tanto por Israel quanto pelos Estados Unidos, como mais moderado do que Yasser Arafat.
A primeira providência é assegurar o funcionamento das três instituições básicas que eram dirigidas por Arafat: a Organização pela Libertação da Palestina (OLP), o movimento Fatá e a Autoridade Palestina.
De acordo com o analista Danny Rubinstein, nos últimos dias, vem se configurando uma divisão do poder entre os dois líderes palestinos mais importantes que se encontram nos territórios ocupados, o ex-primeiro-ministro Mahmoud Abbas e o atual primeiro-ministro Ahmed Korei. Abbas, que hoje é o segundo na hierarquia da OLP, deverá dirigir a organização e o movimento Fatá, e Korei deverá dirigir a Autoridade Palestina.
Poderes
A OLP afirma representar todos os palestinos do mundo. Por isso, na hierarquia do poder palestino, é superior à Autoridade Palestina, que representa os palestinos residentes na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
Na última quinta-feira, o comitê executivo da OLP outorgou a Ahmed Korei poderes militares e financeiros para que ele possa governar a Autoridade Palestina neste momento de crise. Até então esses poderes eram concentrados nas mãos de Yasser Arafat.
De acordo com a Constituição da Autoridade Palestina, se o presidente morre ou fica incapacitado de governar, devem ser realizadas eleições gerais dentro de 60 dias. Porém, nas circunstâncias atuais, nas quais tanto a Cisjordânia quanto a Faixa de Gaza se encontram ocupadas pelo Exército israelense, é difícil dizer como tais eleições poderiam ser realizadas.
Símbolo
Além de suas funções formais como dirigente das instituições palestinas, Yasser Arafat tem mais uma função, mais importante e mais complexa. Ele é visto como "pai da nação palestina", e, nesta função, de caráter simbólico e emocional, é insubstituível.
Não há outro líder palestino que se aproxime do carisma de Yasser Arafat, que conduziu os palestinos de uma condição de refugiados dispersos pelo Oriente Médio à de uma nação com direitos reconhecidos pelo mundo inteiro.
Como símbolo da identidade palestina, Arafat constitui o principal elo de coesão de uma sociedade bastante fragmentada.
Existe o temor de que, com o desaparecimento deste elo de coesão, a sociedade palestina possa se despedaçar e se crie uma disputa violenta pelo poder entre as diversas facções, incluindo os grupos radicais islâmicos, Hamas e Jihad Islâmico, que também exigem uma parte do poder político.
Se a transição de poder nos territórios palestinos tiver um caráter caótico e violento, o processo de paz, já congelado, entre israelenses e palestinos, ficará ainda mais difícil.
Mas, por outro lado, se Mahmoud Abbas conseguir se firmar como líder da OLP e do Fatá, existe a possibilidade de algum avanço no processo de paz, pois Abbas é visto, tanto por Israel quanto pelos Estados Unidos, como mais moderado do que Yasser Arafat.
Fonte:
BBC Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/368219/visualizar/
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