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Wilson reafirma as suas propostas
Eleito ontem prefeito de Cuiabá, com 52,85% dos votos válidos, o deputado federal licenciado Wilson Santos (PSDB), da coligação Por Cuiabá no Século 21, reafirmou todos os compromissos assumidos durante a campanha eleitoral. Porém, a primeira providência agora é tratar da definição da equipe de transição, que deverá ser coordenada pela vice-prefeita eleita, Jaci Proença, ou pelo coordenador do plano de governo, José Bussiki de Figueiredo. Logo após a definição da sua vitória, ontem, no Centro de Eventos do Pantanal, Wilson Santos disse que iria procurar ainda hoje o prefeito Roberto França (PPS) para iniciar as discussões sobre a transição. No primeiro mês de administração, todos os pagamentos pendentes da Prefeitura de Cuiabá serão concentrados diretamente no gabinete do prefeito, que pretende “tomar as rédeas” da situação logo de início. Quanto à regularização dos salários dos servidores, Wilson Santos disse que espera poder quitar todas as pendências dentro de, no máximo, 90 dias.
Veja a íntegra da entrevista exclusiva à Folha do Estado.
Folha do Estado - Quais são as primeiras medidas que o senhor pretende adotar com relação à Prefeitura de Cuiabá?
Wilson Santos - A primeira coisa é procurar o prefeito Roberto França para dar início à fase de transição o mais breve possível. Nomear uma equipe técnica que vai, junto com a equipe indicada pelo prefeito, levantar as informações, os dados, os números da Prefeitura de Cuiabá. De posse desses novos números e dados, nós vamos atualizar o nosso programa de governo. Pretendo ainda, na transição, solicitar ao prefeito alterações no orçamento para 2005, garantindo a progressividade do IPTU, deslocando recursos de várias áreas, garantindo recursos para a implantação da Guarda Municipal. A partir da posse eu pretendo, nos primeiros trinta dias, concentrar todos os pagamentos no gabinete do prefeito, ter as rédeas da prefeitura na mão. Tudo vai ser pago pelo gabinete para que a gente possa fazer um pente-fino nisso, ter um controle. Pretendo dialogar com os credores e fornecedores da prefeitura para nos primeiros noventa dias concentrarmos esforços para colocar os salários em dia. Também espero nos primeiros trinta dias reduzir a quantidade de outdoors em Cuiabá em 50%, fechar as zonas de baixo meretrício na área central da cidade, iniciar um grande mutirão de limpeza que terá duração de 120 dias, limpeza de córregos, terrenos baldios, praças, reposição de luminárias, recuperação de pontos de ônibus, enfim, uma faxina geral na cidade em 120 dias. E também quero, logo após o carnaval, garantir a presença de milhares de crianças de 4 a 6 anos na pré-escola.
Folha do Estado - Na parte de transição, o senhor já tem idéia de nomes que possam estar fazendo parte da equipe?
Wilson Santos - Não. Pode ser a professora Jaci, que é a nossa vice, o José Busiki Figueiredo, que coordenou o programa de governo, e vários outros bons nomes que temos disponíveis, que coletem essas informações, esses dados.
Folha do Estado - No primeiro ano de governo, o que a população vai ter na área de saúde?
Wilson Santos - Uma luta para que os governos federal e estadual aumentem os repasses financeiros à Prefeitura de Cuiabá, especialmente que o governo federal eleve o teto que hoje é de cinco milhões e cem mil, aproximadamente. Estamos há três anos com esse teto fixo. Quero já iniciar no primeiro trimestre programa de capacitação e qualificação para melhoria de atendimento. Pretendo construir uma nova policlínica no Pedra 90 ou no Osmar Cabral, pretendo já fazer contratações de médicos e enfermeiros para o primeiro ano, e ampliar de vinte e seis para quarenta equipes do Programa Família. Equipar todas as cinco policlínicas com aparelhos de raio-x, aparelhos de ultra-sonografia. Basicamente seria isso no primeiro ano do nosso governo.
Folha do Estado - Transporte público e a questão da Integração. Quando vai ser feita a desativação da Praça Bispo Dom José e quando entra em atividade o bilhete único?
Wilson Santos - O Terminal da Bispo nós vamos desativar em 90 dias. O passe único, estou chamando assim a nova modalidade de bilhetagem, dá para começar também em 90 dias. Pretendo rever profundamente a planilha de custo da tarifa de ônibus, rediscutir a gratuidade, garantir o passe livre estudantil, permitir que os alunos possam usar o passe durante todo o dia - hoje ele é pré-fixado, que ele tenha a validade das zero às vinte quatro horas -, aumento no número de ônibus, são só trezentos e trinta em Cuiabá, pelo menos mais setenta e nove ônibus para chegar em quatrocentos. Isso no primeiro ano de governo. Pretendo construir a rotatória que dá acesso ao bairro Alvorada, pretendo fazer a alça de acesso ao bairro Santa Rosa, concluir a Perimetral da General Mello até a Beira Rio e fazer a ponte do rio Coxipó ligando o Praeirinho ao bairro Coophema para desafogar a Fernando Correa. Pretendo exigir dos empresários a instalação de câmeras de vídeo dentro dos ônibus para aumentar a segurança e a conclusão do plano metropolitano de transporte de trânsito envolvendo Cuiabá e Várzea Grande.
Folha do Estado - O que será feito depois da desativação da Bispo Dom José?
Wilson Santos - A Praça Bispo vai ser restaurada no seu projeto original, ali continuará existindo um ponto de ônibus como sempre existiu, e a praça vai ser totalmente restaurada na arquitetura original.
Folha do Estado - Número de secretarias, quantidade de servidores, o que o senhor vai mexer nesse sentido durante os quatro anos de mandato?
Wilson Santos - Pretendo reduzir em trinta por cento o número de secretarias. Vamos criar duas novas: a Secretaria Municipal de Segurança Pública e a Secretaria Municipal de Geração de Emprego e Renda. Duas novas secretarias vão surgir e outras serão extintas e fundidas, haverá fusões.
Folha do Estado - O que o senhor já tem como definido no que se refere aos salários, à questão da moratória das dívidas da prefeitura sem que os serviços essenciais sejam afetados. Como vai ser feito esse procedimento?
Wilson Santos - Na verdade não é moratória. Na moratória quando você impõe, é uma visão unilateral, vai ser algo dialogado, até porque não se abre orçamento antes do terceiro mês. Nos dois primeiros meses o Executivo não abre o orçamento, ele trabalha de medida provisória. Então, eu vou conversar com muita calma, muita tranqüilidade, vou pedir um voto de confiança, de credibilidade para priorizar o salário do servidor. A partir da colocação em dia eu vou abrir as conversações com o segmento para que a gente possa começar a construir juntos um plano de cargos, carreiras e salários.
Folha do Estado - Nos primeiros noventa dias os salários já devem estar regularizados?
Wilson Santos - Vou fazer tudo para que isso aconteça.
Folha do Estado - Com relação à educação, o que será feito no primeiro ano e como será feita a inclusão das crianças no ensino pré-escolar?
Wilson Santos - No primeiro ano nós já vamos iniciar a busca da universalização da educação da pré-escola. Nós temos um desafio enorme, estou consciente desse desafio, nós queremos, desde o primeiro ano, aumentar significativamente a presença da “gurizada” na pré-escola, a partir dos quatro anos. Já vamos instalar os primeiros cursinhos pré-vestibulares, vamos implantar de três a cinco cursinhos na cidade, e vamos iniciar a reformulação do currículo da primeira à quarta série do ensino fundamental, introduzindo disciplinas transversais como a educação ambiental, inclusão digital, educação para o trânsito, enfim, uma série de outras disciplinas essenciais.
Folha do Estado - O senhor pretende mexer no orçamento já votado?
Wilson Santos - O orçamento dificilmente vota-se antes de 15 de dezembro. Então, nós vamos ter um mês e meio para dialogar, para participar junto ao Executivo e à Câmara para buscar dar um perfil mais próximo possível do nosso programa de governo.
Folha do Estado - Na administração, as secretarias e os diversos escalões vão ser compostos somente pelos partidos que lhe apoiaram?
Wilson Santos - Não necessariamente. Nós vamos trazer pessoas da iniciativa privada, do meio empresarial, do meio político, do meio religioso, dos mais diversos meios. A única coisa é que nós vamos fazer um secretariado novo, gente nova de cara nova, sangue novo.
Folha do Estado - Como ficam os partidos que, em parte, apoiaram o candidato Alexandre César, mas que também o apoiaram. Também serão aproveitados pelo governo?
Wilson Santos - Nós queremos colocar pessoas que estiveram conosco na campanha, que têm compromisso com o nosso programa de governo, idoneidade e que representam mudança para Cuiabá. Esses são os critérios que nós vamos levar em consideração para compor o secretariado.
Folha do Estado - A questão dos vereadores. Tem interesse em pegar algum vereador eleito e trazer para a administração no Executivo?
Wilson Santos - É cedo ainda para falar sobre o assunto, porque acabamos de abrir as urnas. Vou esperar baixar a poeira, a partir de dezembro é que nós vamos começar a discutir secretariado.
Folha do Estado - Houve uma série de processos nesta campanha. O senhor falou sobre compra de votos. Agora que foi eleito, vai dar continudade, encaminhar essa questão ou acabou ali, na campanha?
Wilson Santos - Houve compra de voto no primeiro turno, houve no segundo, mas não foram suficientes para nos derrotar. Agora, é um câncer que tem de ser extirpado da política local. Nós vamos lutar com todas as forças pelo financiamento público de campanha. Quanto mais iguais forem as condições de disputa, melhor será a escolha do eleitor, vai dar mais qualidade a seus representantes.
Folha do Estado - Qual o seu principal desafio administrativo e como a população vai ver Cuiabá daqui a quatro anos?
Wilson Santos - O grande desafio nosso é elevar o Índice de Desenvolvimento Humano de Cuiabá. Reduzir a violência na cidade, fazer com que Cuiabá participe ativamente do enriquecimento do Estado, que ela volte a despontar dentre as capitais do Centro-Oeste, que ela possa estar preparada para atração de novos investimentos e que ela seja uma cidade com crescimento sustentável e continuável.
Folha do Estado - Perspectiva de integração entre Cuiabá e Várzea Grande, passando para além também dessa questão de transporte. O que o senhor pensa em relação a isso?
Wilson Santos - Eu tenho uma excelente relação com o prefeito Murilo Domingos (PPS), fomos colegas quatro anos em Brasília, moramos no mesmo hotel em Brasília, fizemos trabalhos juntos, emendas parlamentares juntos para vários municípios de Mato Grosso. O vice Nico Baracat, que é do PSB, me apoiou intensamente no segundo turno em Cuiabá. Então, eu vejo que o Aglomerado Urbano tem de sair do papel e vir para a prática, tem de ser uma realidade, não só a questão de transporte, mas a questão da recuperação do rio Cuiabá, a questão do lixo, de compras, podemos comprar juntos um volume maior para baratear o custo para o contribuinte, a questão do aterro sanitário, enfim, inúmeros assuntos que Cuiabá e Várzea Grande não podem mais continuar tratando um de costas para o outro.
Folha do Estado - E a questão com outros municípios através da AMM, como pensa esse posicionamento de Cuiabá em relação ao Estado e principalmente as outras
prefeituras?
Wilson Santos - Cuiabá faz parte da AMM. Vamos manter o município na Associação dos Municípios, agora, é claro que Cuiabá não vai atropelar ninguém, mais também vai exigir respeito. Políticas que procuram tirar arrecadação de Cuiabá, especialmente no tocante ao ICMS, vão ser rechaçadas com veemência. Nós não vamos permitir que ninguém, absolutamente ninguém, diminua Cuiabá, tente reduzir o potencial de Cuiabá. Nós vamos recolocar Cuiabá no devido lugar, com a sua devida importância no contexto histórico, econômico, político e social de Mato Grosso.
Folha do Estado - E com relação à Ferronorte?
Wilson Santos - Ferronorte é uma pena. Dois anos de governo Lula parou a obra, não tocou um metro sequer. É uma obra estratégica para Cuiabá, será uma das nossas bandeiras. Eu sou autor da lei que denominou a ferrovia de Vicente Emílio Vuolo, sou autor da lei federal que denominou a ponte ferroviária sobre o rio Paraná também de senador Vicente Vuolo. Tenho noção precisa do quanto a ferrovia vai beneficiar Cuiabá, avolumando a nossa economia, gerando emprego e renda e aumentando as perspectivas futuras para Cuiabá.
Folha do Estado - E o relacionamento com o governo do Estado e governo federal?
Wilson Santos - Excelente. Blairo Maggi e Terezinha Maggi são meus amigos, a maioria dos secretários votou em mim. Com relação ao governo Lula, não tenho nenhum receio, vamos ter apoio da nossa vice-prefeita Jaci Proença, pelo PSB, partido que faz parte da base de apoio ao governo Lula.
Folha do Estado - Para finalizar, que mensagem o senhor deixa para o eleitor e a população cuiabana em geral?
Wilson Santos - Eu quero agradecer as duas vitórias, no primeiro e segundo turnos, e dizer aos cuiabanos que fiquem tranqüilos, nós vamos cumprir o nosso programa de governo. É um sonho que realizo, quero devolver a Cuiabá tudo que esta cidade me deu de bom, de maravilhoso. Sou um homem plenamente realizado e feliz da vida e vou ter agora todo o tempo do mundo para ajudar a melhorar a qualidade de vida em Cuiabá, para cumprir os compromissos que fizemos em praça pública.
Veja a íntegra da entrevista exclusiva à Folha do Estado.
Folha do Estado - Quais são as primeiras medidas que o senhor pretende adotar com relação à Prefeitura de Cuiabá?
Wilson Santos - A primeira coisa é procurar o prefeito Roberto França para dar início à fase de transição o mais breve possível. Nomear uma equipe técnica que vai, junto com a equipe indicada pelo prefeito, levantar as informações, os dados, os números da Prefeitura de Cuiabá. De posse desses novos números e dados, nós vamos atualizar o nosso programa de governo. Pretendo ainda, na transição, solicitar ao prefeito alterações no orçamento para 2005, garantindo a progressividade do IPTU, deslocando recursos de várias áreas, garantindo recursos para a implantação da Guarda Municipal. A partir da posse eu pretendo, nos primeiros trinta dias, concentrar todos os pagamentos no gabinete do prefeito, ter as rédeas da prefeitura na mão. Tudo vai ser pago pelo gabinete para que a gente possa fazer um pente-fino nisso, ter um controle. Pretendo dialogar com os credores e fornecedores da prefeitura para nos primeiros noventa dias concentrarmos esforços para colocar os salários em dia. Também espero nos primeiros trinta dias reduzir a quantidade de outdoors em Cuiabá em 50%, fechar as zonas de baixo meretrício na área central da cidade, iniciar um grande mutirão de limpeza que terá duração de 120 dias, limpeza de córregos, terrenos baldios, praças, reposição de luminárias, recuperação de pontos de ônibus, enfim, uma faxina geral na cidade em 120 dias. E também quero, logo após o carnaval, garantir a presença de milhares de crianças de 4 a 6 anos na pré-escola.
Folha do Estado - Na parte de transição, o senhor já tem idéia de nomes que possam estar fazendo parte da equipe?
Wilson Santos - Não. Pode ser a professora Jaci, que é a nossa vice, o José Busiki Figueiredo, que coordenou o programa de governo, e vários outros bons nomes que temos disponíveis, que coletem essas informações, esses dados.
Folha do Estado - No primeiro ano de governo, o que a população vai ter na área de saúde?
Wilson Santos - Uma luta para que os governos federal e estadual aumentem os repasses financeiros à Prefeitura de Cuiabá, especialmente que o governo federal eleve o teto que hoje é de cinco milhões e cem mil, aproximadamente. Estamos há três anos com esse teto fixo. Quero já iniciar no primeiro trimestre programa de capacitação e qualificação para melhoria de atendimento. Pretendo construir uma nova policlínica no Pedra 90 ou no Osmar Cabral, pretendo já fazer contratações de médicos e enfermeiros para o primeiro ano, e ampliar de vinte e seis para quarenta equipes do Programa Família. Equipar todas as cinco policlínicas com aparelhos de raio-x, aparelhos de ultra-sonografia. Basicamente seria isso no primeiro ano do nosso governo.
Folha do Estado - Transporte público e a questão da Integração. Quando vai ser feita a desativação da Praça Bispo Dom José e quando entra em atividade o bilhete único?
Wilson Santos - O Terminal da Bispo nós vamos desativar em 90 dias. O passe único, estou chamando assim a nova modalidade de bilhetagem, dá para começar também em 90 dias. Pretendo rever profundamente a planilha de custo da tarifa de ônibus, rediscutir a gratuidade, garantir o passe livre estudantil, permitir que os alunos possam usar o passe durante todo o dia - hoje ele é pré-fixado, que ele tenha a validade das zero às vinte quatro horas -, aumento no número de ônibus, são só trezentos e trinta em Cuiabá, pelo menos mais setenta e nove ônibus para chegar em quatrocentos. Isso no primeiro ano de governo. Pretendo construir a rotatória que dá acesso ao bairro Alvorada, pretendo fazer a alça de acesso ao bairro Santa Rosa, concluir a Perimetral da General Mello até a Beira Rio e fazer a ponte do rio Coxipó ligando o Praeirinho ao bairro Coophema para desafogar a Fernando Correa. Pretendo exigir dos empresários a instalação de câmeras de vídeo dentro dos ônibus para aumentar a segurança e a conclusão do plano metropolitano de transporte de trânsito envolvendo Cuiabá e Várzea Grande.
Folha do Estado - O que será feito depois da desativação da Bispo Dom José?
Wilson Santos - A Praça Bispo vai ser restaurada no seu projeto original, ali continuará existindo um ponto de ônibus como sempre existiu, e a praça vai ser totalmente restaurada na arquitetura original.
Folha do Estado - Número de secretarias, quantidade de servidores, o que o senhor vai mexer nesse sentido durante os quatro anos de mandato?
Wilson Santos - Pretendo reduzir em trinta por cento o número de secretarias. Vamos criar duas novas: a Secretaria Municipal de Segurança Pública e a Secretaria Municipal de Geração de Emprego e Renda. Duas novas secretarias vão surgir e outras serão extintas e fundidas, haverá fusões.
Folha do Estado - O que o senhor já tem como definido no que se refere aos salários, à questão da moratória das dívidas da prefeitura sem que os serviços essenciais sejam afetados. Como vai ser feito esse procedimento?
Wilson Santos - Na verdade não é moratória. Na moratória quando você impõe, é uma visão unilateral, vai ser algo dialogado, até porque não se abre orçamento antes do terceiro mês. Nos dois primeiros meses o Executivo não abre o orçamento, ele trabalha de medida provisória. Então, eu vou conversar com muita calma, muita tranqüilidade, vou pedir um voto de confiança, de credibilidade para priorizar o salário do servidor. A partir da colocação em dia eu vou abrir as conversações com o segmento para que a gente possa começar a construir juntos um plano de cargos, carreiras e salários.
Folha do Estado - Nos primeiros noventa dias os salários já devem estar regularizados?
Wilson Santos - Vou fazer tudo para que isso aconteça.
Folha do Estado - Com relação à educação, o que será feito no primeiro ano e como será feita a inclusão das crianças no ensino pré-escolar?
Wilson Santos - No primeiro ano nós já vamos iniciar a busca da universalização da educação da pré-escola. Nós temos um desafio enorme, estou consciente desse desafio, nós queremos, desde o primeiro ano, aumentar significativamente a presença da “gurizada” na pré-escola, a partir dos quatro anos. Já vamos instalar os primeiros cursinhos pré-vestibulares, vamos implantar de três a cinco cursinhos na cidade, e vamos iniciar a reformulação do currículo da primeira à quarta série do ensino fundamental, introduzindo disciplinas transversais como a educação ambiental, inclusão digital, educação para o trânsito, enfim, uma série de outras disciplinas essenciais.
Folha do Estado - O senhor pretende mexer no orçamento já votado?
Wilson Santos - O orçamento dificilmente vota-se antes de 15 de dezembro. Então, nós vamos ter um mês e meio para dialogar, para participar junto ao Executivo e à Câmara para buscar dar um perfil mais próximo possível do nosso programa de governo.
Folha do Estado - Na administração, as secretarias e os diversos escalões vão ser compostos somente pelos partidos que lhe apoiaram?
Wilson Santos - Não necessariamente. Nós vamos trazer pessoas da iniciativa privada, do meio empresarial, do meio político, do meio religioso, dos mais diversos meios. A única coisa é que nós vamos fazer um secretariado novo, gente nova de cara nova, sangue novo.
Folha do Estado - Como ficam os partidos que, em parte, apoiaram o candidato Alexandre César, mas que também o apoiaram. Também serão aproveitados pelo governo?
Wilson Santos - Nós queremos colocar pessoas que estiveram conosco na campanha, que têm compromisso com o nosso programa de governo, idoneidade e que representam mudança para Cuiabá. Esses são os critérios que nós vamos levar em consideração para compor o secretariado.
Folha do Estado - A questão dos vereadores. Tem interesse em pegar algum vereador eleito e trazer para a administração no Executivo?
Wilson Santos - É cedo ainda para falar sobre o assunto, porque acabamos de abrir as urnas. Vou esperar baixar a poeira, a partir de dezembro é que nós vamos começar a discutir secretariado.
Folha do Estado - Houve uma série de processos nesta campanha. O senhor falou sobre compra de votos. Agora que foi eleito, vai dar continudade, encaminhar essa questão ou acabou ali, na campanha?
Wilson Santos - Houve compra de voto no primeiro turno, houve no segundo, mas não foram suficientes para nos derrotar. Agora, é um câncer que tem de ser extirpado da política local. Nós vamos lutar com todas as forças pelo financiamento público de campanha. Quanto mais iguais forem as condições de disputa, melhor será a escolha do eleitor, vai dar mais qualidade a seus representantes.
Folha do Estado - Qual o seu principal desafio administrativo e como a população vai ver Cuiabá daqui a quatro anos?
Wilson Santos - O grande desafio nosso é elevar o Índice de Desenvolvimento Humano de Cuiabá. Reduzir a violência na cidade, fazer com que Cuiabá participe ativamente do enriquecimento do Estado, que ela volte a despontar dentre as capitais do Centro-Oeste, que ela possa estar preparada para atração de novos investimentos e que ela seja uma cidade com crescimento sustentável e continuável.
Folha do Estado - Perspectiva de integração entre Cuiabá e Várzea Grande, passando para além também dessa questão de transporte. O que o senhor pensa em relação a isso?
Wilson Santos - Eu tenho uma excelente relação com o prefeito Murilo Domingos (PPS), fomos colegas quatro anos em Brasília, moramos no mesmo hotel em Brasília, fizemos trabalhos juntos, emendas parlamentares juntos para vários municípios de Mato Grosso. O vice Nico Baracat, que é do PSB, me apoiou intensamente no segundo turno em Cuiabá. Então, eu vejo que o Aglomerado Urbano tem de sair do papel e vir para a prática, tem de ser uma realidade, não só a questão de transporte, mas a questão da recuperação do rio Cuiabá, a questão do lixo, de compras, podemos comprar juntos um volume maior para baratear o custo para o contribuinte, a questão do aterro sanitário, enfim, inúmeros assuntos que Cuiabá e Várzea Grande não podem mais continuar tratando um de costas para o outro.
Folha do Estado - E a questão com outros municípios através da AMM, como pensa esse posicionamento de Cuiabá em relação ao Estado e principalmente as outras
prefeituras?
Wilson Santos - Cuiabá faz parte da AMM. Vamos manter o município na Associação dos Municípios, agora, é claro que Cuiabá não vai atropelar ninguém, mais também vai exigir respeito. Políticas que procuram tirar arrecadação de Cuiabá, especialmente no tocante ao ICMS, vão ser rechaçadas com veemência. Nós não vamos permitir que ninguém, absolutamente ninguém, diminua Cuiabá, tente reduzir o potencial de Cuiabá. Nós vamos recolocar Cuiabá no devido lugar, com a sua devida importância no contexto histórico, econômico, político e social de Mato Grosso.
Folha do Estado - E com relação à Ferronorte?
Wilson Santos - Ferronorte é uma pena. Dois anos de governo Lula parou a obra, não tocou um metro sequer. É uma obra estratégica para Cuiabá, será uma das nossas bandeiras. Eu sou autor da lei que denominou a ferrovia de Vicente Emílio Vuolo, sou autor da lei federal que denominou a ponte ferroviária sobre o rio Paraná também de senador Vicente Vuolo. Tenho noção precisa do quanto a ferrovia vai beneficiar Cuiabá, avolumando a nossa economia, gerando emprego e renda e aumentando as perspectivas futuras para Cuiabá.
Folha do Estado - E o relacionamento com o governo do Estado e governo federal?
Wilson Santos - Excelente. Blairo Maggi e Terezinha Maggi são meus amigos, a maioria dos secretários votou em mim. Com relação ao governo Lula, não tenho nenhum receio, vamos ter apoio da nossa vice-prefeita Jaci Proença, pelo PSB, partido que faz parte da base de apoio ao governo Lula.
Folha do Estado - Para finalizar, que mensagem o senhor deixa para o eleitor e a população cuiabana em geral?
Wilson Santos - Eu quero agradecer as duas vitórias, no primeiro e segundo turnos, e dizer aos cuiabanos que fiquem tranqüilos, nós vamos cumprir o nosso programa de governo. É um sonho que realizo, quero devolver a Cuiabá tudo que esta cidade me deu de bom, de maravilhoso. Sou um homem plenamente realizado e feliz da vida e vou ter agora todo o tempo do mundo para ajudar a melhorar a qualidade de vida em Cuiabá, para cumprir os compromissos que fizemos em praça pública.
Fonte:
Folha do Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/368711/visualizar/
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