Campanha marcada pela baixaria em Cuiabá

A mais longa e histórica disputa pela Prefeitura de Cuiabá termina hoje, marcada por baixarias e troca de acusações mútuas entre os candidatos Alexandre Cesar (PT) e Wilson Santos (PSDB).

Panfletos apócrifos foram distribuídos até ontem, véspera da eleição. Enquanto os prefeitáveis lideravam carreata, seus próprios cabos eleitorais abordavam motoristas e pedestres para distribuição de panfletos com conteúdos ofensivos. "Os dois candidatos têm curso superior e eu não esperava tamanha baixaria", lamenta o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Flávio Bertin.

Os primeiros ataques apócrifos distribuídos chegaram ao ponto de ligar o tucano Wilson ao líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, o homem mais odiado e procurado pelos Estados Unidos, e também ao ex-ditador iraquiano Saddam Hussein. Trazia em destaque a seguinte frase: "Escândalo internacional - terrorismo ameaça cuiabanos".

A coligação de Alexandre acusou, em material impresso e também no horário eleitoral na TV, o adversário Wilson de ligação com o ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro, preso no Uruguai sob acusação de chefiar o crime organizado. Em contrapartida, um panfleto reproduz reportagem sobre o caso Waldomiro Diniz, ligando o PT ao jogo do bicho, com o título "A verdade: o bicho é do PT" seguido de fotografias de Arcanjo, Alexandre, do ministro José Dirceu e Waldomiro Diniz. Num panfleto, intitulado "Não existe meia verdade - PSDB nunca mais!", aparece montagem das faces de Wilson com a do ex-governador Dante de Oliveira. O petista foi denunciado, em informativo e no programa eleitoral tucano, de tentar tomar imóvel de um casal de idosos. Os informativos de quatro páginas traziam as seguintes manchetes: "Denúncia: Alexandre Cesar tentou tomar casa de idosos" e "Alexandre Cesar perde a máscara de bom moço".

Outros assuntos também foram difundidos em panfletos por parte de aliados dos dois candidatos. De um lado, o PSDB acusou o PT de manobrar para dividir o Estado de Mato Grosso. De outro, o PT se revela contra a divisão.