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Politica Brasil
Segunda - 25 de Outubro de 2004 às 06:34
Por: Severino Motta

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Pelo menos 13 denúncias sobre compra de votos já chegaram às mãos do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e, segundo seu coordenador, Antônio Cavalcante, o Ceará, pelo menos mais 10 devem chegar nesta semana.

Apesar do grande volume, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), desembargador Flávio Bertin, diz “estar tudo dentro da normalidade. Pois, depois de uma campanha inteira, dinheiro gasto, o perdedor normalmente não se conforma e começa a buscar essas ações para tentar reverter a eleição”.

Com experiência em eleições desde 1959, Bertin, apesar da declaração acima, disse que “quem dos eleitos estiver com algum processo que fique com a barba de molho, pois a justiça vai ser feita nos casos que realmente se evidenciar a compra de votos ou outro crime eleitoral”.

O desembargador afirma que desde sua primeira eleição para cá muita coisa mudou e o processo vem se moralizando cada vez mais. “A cada ano nós apertamos mais um ponto do cinto e em breve devemos acabar com essa prática”.

Para Bertin, a compra de votos não é algo fácil de ser provado, sendo necessárias provas materiais para se poder culpar um candidato.

“Se a representação vai somente baseada em testemunhos, quando chega a hora da declaração em juízo, em que o eleitor se afirmar ter vendido seu voto, também é processado e pode ser preso, normalmente ele [eleitor] volta atrás”, explicou.

Contudo, o presidente relembrou que Mato Grosso está tendo uma tradição de punição aos infratores eleitorais. “O primeiro deputado federal cassado foi do Estado, e o primeiro prefeito eleito cassado destas eleições também foi aqui, na cidade de São José dos Quatro Marcos”.

muito difícil ter um controle efetivo no dia do pleito. “São 849 seções, é fisicamente impossível estar em todas ao mesmo tempo. E tem mais, o policial não pode ficar a menos de 100 metros das urnas”. Para o segundo turno do pleito em Cuiabá, Bertin disse que serão disponibilizados cerca de 700 policiais, um número considerado alto.

O presidente ainda pretende proibir a venda de salgados e sucos nas proximidades dos locais de votação. “Ali fica circulando dinheiro e algumas negociações acontecem, temos que tomar todas as medidas a nosso alcance para tentar coibir os crimes eleitorais”, disse.

Efetivo

O desembargador ainda criticou aquilo que chama de “maneira legal de comprar votos”, através das contratações temporárias de cabos eleitorais e pessoas para abanarem bandeiras nas ruas. “Chega nos últimos dias antes do pleito e se contrata três mil pessoas, ou três mil votos, para ficar com bandeiras nas ruas. Se é para mostrar o número, um outdoor ou um cartaz é muito mais efetivo. E as pessoas contratadas acabam por votar no candidato e estimulam sua família a fazer o mesmo. Nessa perspectiva, quem tem mais dinheiro acaba se dando melhor”.




Fonte: Folha do Estado

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