Pais se angustiam se não conseguem manter status

A educadora Neuza dos Santos Oliveira, 40, mãe de Marina, 7, e Estella, 13, já está vivenciando um período difícil. Ela quer matricular a filha caçula novamente em uma escola particular, onde ela cursou o Jardim I e o CA, mas está com pouco dinheiro para sustentar as duas filhas em escolas particulares. Este ano, Marina teve que frequentar uma escola pública. Estella conseguiu uma bolsa de estudos, depois de um concurso, em uma particular conceituada.

A partir da experiência de Marina na escola municipal, que não foi das melhores, Neuza acredita que deve se esforçar para manter as duas filhas em escolas particulares. "Marina teve que pular do 1º ciclo para o segundo em poucos meses, pois já estava praticamente alfabetizada. No 2º ciclo, muitas crianças ainda não sabiam ler e escrever bem, o que de certa forma, obrigou a escola a montar uma turma especial, com os melhores alunos para que Marina pudesse continuar frequentando as aulas".

Certas ocasiões, a educadora conta que passou por momentos delicados. "Já cansei de ouvir pais aos berros, chamando seus filhos por palavrões na porta da escola. O que minha filha está aprendendo com isso? Na verdade, antes de educar a criança, a escola tem que educar os pais, é complicado para os professores, eles fazem o que podem", pondera.

Na opinião dela, na escola pública o aprendizado "não flui!" como deveria.

"Tudo que mais quero é colocar a Marina novamente em uma escola particular", conclui ela, que se diz preocupada em dar um bom futuro à filha, acreditando ser a Educação uma ponte que leva a isto.