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Politica Brasil
Terça - 19 de Outubro de 2004 às 07:29
Por: Celso Bejarano Jr

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O STJ (Superior Tribunal de Justiça) deve definir hoje se determina a quebra do sigilo fiscal do ex-governador de Mato Grosso, Júlio José de Campos (1982-1986), apontado pela Polícia Civil de Santos (SP), como o suposto mandante de dois assassinatos praticados naquele estado. Essa mesma corte já havia determinado na semana passada a quebra do sigilo telefônico de Campos, também ex-senador do PFL (1990-1998) e atual Conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso, além da prisão de dois empregados dele.

Os crimes teriam sido motivados por uma disputa de terras valiosas envolvendo Júlio Campos e as duas vítimas. As áreas, que teriam reservas de pedras preciosas ficam localizadas no interior mato-grossense.

Para a justiça, os dois empregados de Júlio encontram-se foragidos. Eles entraram com um habeas corpus preventivo (medida que os mantêm em liberdade) na justiça de Cuiabá, mas a juíza da 15ª Vara Criminal, Marcimila Mello Reis, ainda não havia definido a causa até o fechamento desta edição (20h). A reportagem da Folha do Estado tentou localizar o acusado ontem pela manhã e à tarde, mas não conseguiu. Ele estaria em Brasília, segundo informou a assessoria de imprensa do Tribunal de Contas, local em que Campos não aparece há pelo menos dez dias, quando fora denunciado. O presidente do TCE, Ary Campos, primo de Júlio, disse ontem, por meio de sua assessoria, que não comentaria o caso por não ter recebido qualquer comunicado contando que o conselheiro mato-grossense é acusado de ser mandante de dois assassinatos.

A ação penal que pede a quebra do sigilo fiscal de Júlio Campos foi confirmada pela assessoria de imprensa do STJ. O pedido se encontrava ontem à tarde na mesa do ministro Antônio de Pádua Ribeiro, informou a assessoria.

Assassinatos

Júlio Campos seria o mandante das mortes do empresário Antônio Ribeiro Filho e do geólogo húngaro Nicolau Ladislau Haraly. O primeiro a morrer foi Ribeiro Filho em 5 de agosto deste ano, na Praia das Pitangueiras, em Guarujá (SP). O assassinato do geólogo ocorreu em 20 de julho, no Morumbi, na Zona Sul da capital São Paulo. Os dois foram mortos a tiros e por pistoleiros que moram em Mato Grosso do Sul, segundo a polícia paulista.

De acordo com declarações dadas à imprensa paulista pelo delegado seccional de Santos (SP), João Jorge Guerra Cortez, o ex-governador Júlio Campos teria articulado uma fraude em duas escrituras.

O policial disse que o empresário assassinado Antônio Ribeiro era o dono da Agropastoril Cedro Bom. Antes do crime, essa empresa fora passada para os nomes de Nauriá Alves de Oliveira, que trabalha no prédio onde funciona uma emissora de TV do ex-governador, em Cuiabá e de Delci Baleeiro Souza, que seria contrado por uma uma rádio do grupo de Campos, em Várzea Grande.

Ribeiro fora morto porque teria descoberto a fraude, disse o delegado à imprensa paulista. O geólogo trabalhava para Ribeiro e morrera por isso. A Cedro Bom é dona de 87 mil hectares em Aripuanã e de 11.700 hectares em Juína, cidades mato-grossenses onde teriam jazidas de diamantes, segundo o delegado. A reportagem não localizou os dois empregados de Campos.




Fonte: Folha do Estado

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