Preço do álcool chega a subir 26%

O preço do álcool combustível subiu praticamente 26% nos dois último meses na capital. Neste período, o litro do produto que custava R$ 1,39 passou a valer R$ 1,48 e atualmente é vendido em média a R$ 1,75. O último reajuste, da ordem de 4% aconteceu, foi registrado na semana passada.

O aumento, que foi confirmado por alguns frentistas, gerou um jogo de empurra entre os setores envolvidos. Enquanto o Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool) afirma que os distribuidores e donos de postos é que têm de explicar o assunto, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Mato Grosso (Sindipetróleo) sugere que o aumento ocorreu em função dos reajustes feitos pelas usinas representadas pelo Sindalcool.

“Eu não tenho como responder a essa pergunta, e sim as distribuidoras e os donos dos postos. O meu preço não aumentou. Como teve o aumento da gasolina o pessoal pode ter ido na esteira e aumentou 30%. Quem tem de explicar são os donos de postos e distribuidoras”, garantiu o presidente do Sindalcool, Piero Parini. Na semana passada – esclareceu Parini –, o álcool foi vendido pelo Sindalcool a R$ 0,81 mais R$ 0,37 de ICMS totalizando R$ 1,18. “Daí para R$ 1,73 é distribuidora e custos. É a única informação que posso te dar. Nada a ver com álcool. O pessoal foi na esteira do aumento da gasolina e diesel”, reiterou. O presidente do Sindalcool observou que se o preço nas usinas estivesse aumentando por questão de custo, ele não negaria. “De 20 a 24 de setembro o álcool foi vendido a R$ 0,69; de 17 de setembro a 1º de outubro a R$ 0,76; de 4 a 8 de outubro a R$ 0,79 e agora, na semana passada a R$ 0,81, ou seja, um aumento de dois centavos de uma semana para outra. É acomodação de mercado”, salientou.

Parini disse em hipótese que as distribuidora e os postos podem ter alguma razão para o repasse dos aumentos, uma delas seria porque “o caminhão que transporta o álcool é movido a diesel e o diesel aumentou”.

Alto custo – A assessoria do Sindipetróleo rebate afirmando que preço do álcool chegou a até R$ 1,75 em função do aumento que teve nas usinas. Hoje, segundo a assessoria, estaria se fabricando mais açúcar do que álcool. “O sindicato poderia achar que as usinas estão ganhando muito. Porque se o produto em março custava R$ 0,40 por que custa hoje R$ 0,81? Hoje R$ 0,81 mais frete a R$ 0,12/litro, mais custo operacional – chega para o posto em média a R$ 1,39/R$ 1,40. E tinha muito posto vendendo álcool à faixa de R$ 1,36/R$ 1,47”, lembrou a assessoria.

Na avaliação do Sindipetróleo, atualmente o preço do álcool praticamente dobrou. “Deu 100% de aumento na usina. Aí tem o custo dos fretes da usina para distribuidora, da distribuidora para postos, além do custo operacional do posto para consumidor. A margem bruta do posto é em torno de 17% , 18%. Tirando os custos com empregados, impostos, etc., tem-se um lucro na margem líquida de 3%”, ressalta.