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Meio Ambiente
Quinta - 14 de Outubro de 2004 às 15:48

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Um terço das espécies de anfíbios do planeta corre grave risco de extinção, e em apenas um século sofreu um nível de extinção não registrado em milhares de anos, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira pela revista Science.

A extinção atinge especialmente a América Latina, onde fica o país com mais espécies em perigo, a Colômbia, com 208.

Em seguida, vêm o México, com 191, o Equador, com 163, e o Brasil com 110. No Haiti, o país mais pobre do continente, 92% das espécies de anfíbios correm risco de extinção.

A "Avaliação Anfíbia Global", que teve participação de mais de 500 cientistas de 60 países, indicou que 32% das 5.743 espécies estudadas nos últimos três anos estão em perigo de extinção, incluindo sapos, salamandras e rãs.

Os cientistas disseram que temem que haja outras 1.300 espécies em perigo, mas que não têm informação precisa sobre a situação.

O estudo é especialmente importante porque os anfíbios são considerados os primeiros organismos biológicos avançados a sofrer problemas de mudança ambiental, como na qualidade da água e do ar.

"Os anfíbios são o melhor termômetro da natureza sobre a saúde ambiental", disse Russell Mittermeier, presidente da organização ecológica Conservation International.

"Seu declínio catastrófico representa uma mensagem de advertência de que estamos em um período sério de degradação ambiental", afirmou.

O estudo também determinou que pelo menos nove espécies de anfíbios desapareceram da face da Terra desde 1980, quando começaram as mudanças ambientais mais graves.

Além disso, há outras 113 espécies que não foram vistas nos últimos anos e são consideradas possivelmente extintas.

Por outro lado, a população de 43% de todas as espécies de anfíbios está em queda, e só 1% aumentou de número nos últimos anos.

"Depois dos pássaros e dos mamíferos, os anfíbios são o terceiro grupo de espécies avaliadas na escala global", disse o diretor-geral da União Mundial de Preservação, Achim Steiner.

"Este estudo permite ampliar de maneira considerável nosso conhecimento e proporciona a base sobre a qual podemos avaliar o impacto sobre o meio ambiente", acrescentou.

"O fato de um terço dos anfíbios sofrer diminuição precipitada diz que avançamos rapidamente para um número de extinções potencialmente epidêmico", acrescentou.

Tanto na América continental quanto no Caribe, além da Austrália, os anfíbios são atingidos por uma doença infecciosa chamada "quitridiomicose", que poderia estar vinculada à seca.

No entanto, na maioria dos casos, a ameaça maior é a destruição do habitat natural, a contaminação da água e do ar.

"Devido ao fato de a maioria dos anfíbios depender de água doce para viver e sentir os efeitos da contaminação antes de outras formas de vida, inclusive os humanos, seu declínio rápido indica que um dos sistemas cruciais de apoio à vida neste planeta está sendo destruído", disse Simon Stuard, diretor da pesquisa.

"Já sabíamos que os anfíbios tinham problemas, mas esta avaliação elimina qualquer dúvida quanto à magnitude do problema", disse Bruce Young, zoólogo do grupo de preservação "NatureServe".




Fonte: EFE

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