Pedro Taques vê campanha pobre

O procurador da República em Mato Grosso, José Pedro Taques, disse ontem que os políticos que dependiam do financiamento de campanha do ex-agente civil João Arcanjo Ribeiro tiveram em 2004 uma eleição mais pobre.

A análise foi feita pelo procurador durante homenagem recebida ontem em sessão especial comemorativa promovida pela Câmara de Cuiabá.

O procurador foi um dos responsáveis pela desarticulação da organização criminosa liderada pelo ex-comendador, junto com a Polícia Federal e Ministério Público Estadual (MPE), por meio da operação "Arca de Noé".

Hoje, dois anos após, Taques avalia que Mato Grosso está melhor com a prisão dos integrantes dessa organização. "Penso que o Estado esteja um pouco melhor do que dois anos atrás. Exemplo disso foi nessa campanha eleitoral. Aqueles candidatos que eram financiados pelo crime organizado, felizmente, não lograram êxito em suas eleições". Na presença de alguns parlamentares, Taques afirmou ainda que a homenagem proposta pela vereadora Enelinda Scala (PT) é bem vinda face ao seu compromisso como cidadã e a sua conduta.

"A homenagem é muito grata ao MPF e à minha pessoa, justamente porque ela parte da vereadora Enelinda, que sempre compareceu ao Ministério Público como uma cidadã de bem fazendo denúncias e não na condição de ré como muitos vereadores daqui lá figuraram na condição de réus", ressalta. Taques, que esteve acompanhado de colegas procuradores da República, atribuiu o sucesso da operação Arca de Noé e as condenações decorrentes na Justiça ao trabalho institucional do Ministério Público Federal e Estadual.

Ao justificar a homenagem, Enelinda destaca que o ato é pouco perto do que o procurador fez pela Justiça e pela vida no Estado. "Digo ainda que meu coração está apertado de ficar sem o doutor Pedro Taques aqui no Estado. Mas sei que ele vai levar essa garra e determinação, por justiça, para São Paulo", afirma Enelinda. Taques foi promovido pelo MPF e, em seu lugar, ficará o procurador Bruno Nominato de Oliveira, também presente na cerimônia, na condição de chefe da Procuradoria da República.