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2º turno influenciará reforma ministerial de Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem feito uma comparação com o futebol quando o tema é reforma ministerial. Recentemente, foi questionado se era verdade que pretendia fazer uma reforma ministerial depois das eleições, para reforçar sua base no Senado. "Não estou nem pensando em fazer reforma. Até porque aprendi, no futebol, que em time que está ganhando a gente não mexe", comparou.
Mas, tanto no governo quanto no principal partido da base de apoio, o PT, a certeza é que, no caso de uma derrota da prefeita Marta Suplicy à reeleição em São Paulo, uma vaga no Ministério de Lula será aberta para abrigá-la. Fala-se no Ministério das Cidades, hoje ocupado por Olívio Dutra. Marta concorre, em São Paulo, com José Serra (PSDB).
De acordo com o Jornal do Brasil, outro nome que, numa eventual derrota, poderá ser amparado pelo leque generoso de Lula é o atual prefeito de Goiânia, Pedro Wilson, que vai disputar o segundo turno com Íris Rezende (PMDB). "É hipótese, mas por enquanto, somos candidatos à reeleição", ponderou Wilson.
Outras mudanças
Se as duas candidaturas petistas não naufragarem, a arrumação no time será ainda menor. O presidente deve mandar o ministro José Viegas para uma embaixada na Europa e transferir Aldo Rebelo da Coordenação Política para o lugar de Viegas.
Essa alternativa restabelece para o ministro da Casa Civil, José Dirceu, o trabalho que fazia no governo de articulação com o Congresso. A missão foi interrompida em fevereiro, quando seu principal assessor, Waldomiro Diniz, pediu demissão depois de ser flagrado negociando propina com o jogo do bicho.
Um assessor do ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, teme por essa mudança no Ministério da Defesa. Com Rebelo içado ao comando das Forças Armadas, o PCdoB, partido dos dois ministros, sairia prejudicado, porque seria forçado a abrir mão do Esporte.
A legenda é pequena, com menos de 2% das cadeiras, e a justificativa é que o governo teria de acomodar outros aliados com mais votos no Congresso. Agnelo voltaria à Câmara dos Deputados onde tem mandato por mais dois anos.
Em outra recorrente metáfora, o presidente também comparou sua equipe à Seleção Brasileira, admitindo que pode "trocar algum jogador no meio do caminho por causa de uma contusão". Além das "contusões" naturais, provocadas pelas disputas nas urnas, Lula sente falta de uma gerência empresarial no programa Fome Zero que ele tenta vender ao mundo como um êxito, mas que padece, internamente, de gerenciamento.
O presidente não esconde a decepção com o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, que, no mês passado, admitiu fragilidade no cadastro do Bolsa-Família, principal programa do ministério. A reação de Lula foi entregar o gerenciamento do programa a um grupo de trabalho chefiado pelo ministro José Dirceu, que também dirige 12 câmeras setoriais e 37 outros grupos de trabalho no governo.
Quanto à falta de gerência há quem, no Planalto, mencione os nomes do governador do Acre, Jorge Viana (PT) para o posto de "gerentão" e de Aloizio Mercadante para a Saúde, idéia praticamente sepultada depois que o senador paulista se autoproclamou candidato do partido ao governo de São Paulo.
O ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, disse que prefere o "pragmatismo" das ações que tem de desenvolver a discutir "especulações" de reforma ministerial. "Eu trabalho sobre fatos, números, programas. Não discuto reforma ministerial. Isso é um assunto do presidente Lula. Minha função é coordenar os programas ministeriais", afirma.
No Congresso, o vice-líder do governo, deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF), afastou a idéia de reforma ministerial ampla como a que o presidente Lula realizou no início do ano, porque os índices do governo estariam bons e a máquina funcionando bem. Entretanto, o parlamentar, que é ligado ao ministro José Dirceu, além de amigo de futebol de Lula, reconhece a necessidade de trocas pontuais.
Ao chegar janeiro, na metade do mandato, Lula poderá até não ter feito uma reforma ministerial, mas a expressão "freada de arrumação" é tema recorrente tanto no PMDB quanto no Planalto e em gabinetes ministeriais. O ministro da Previdência, Amir Lando, um dos ocupantes da fatia que coube ao PMDB no governo Lula, disse que o cenário pós-eleitoral deverá definir as mudanças na equipe do presidente.
Em todo caso, enquanto não terminar a articulação para o segundo turno, quando 24 candidatos petistas estão disputando prefeituras, o tema segue sendo discutido com possibilidades tão amplas quanto o leque de alianças que o governo quer construir.
Reeleição no Congresso
O presidente conversou, reservadamente, há duas semanas, com o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), a quem ofereceu dois ministérios. "Um é para você e o outro para quem você indicar", teria dito o presidente, segundo uma pessoa próxima ao senador alagoano.
Calheiros tinha ido ao Planalto pedir apoio de Lula, "no mínimo neutralidade", na disputa que trava pela presidência do Senado. No governo e no Congresso há setores que articulam a votação de uma mudança na Constituição, permitindo a reeleição dos presidentes das mesas diretores, exatamente uma das cadeiras que Renan ambiciona.
O presidente considera o tema da reeleição no Congresso "uma certa heresia política", por achar que não havendo reeleição nas casas legislativas em geral, a mudança seria "uma contradição". Chegou a adiantar, contudo, que tem um candidato, sem citar nome.
Se houver a reeleição e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), permanecer no posto, a alternativa para Renan Calheiros seria desembarcar na Esplanada dos Ministérios, de onde saiu, no governo Fernando Henrique, quando ocupava a pasta da Justiça.
Mas, tanto no governo quanto no principal partido da base de apoio, o PT, a certeza é que, no caso de uma derrota da prefeita Marta Suplicy à reeleição em São Paulo, uma vaga no Ministério de Lula será aberta para abrigá-la. Fala-se no Ministério das Cidades, hoje ocupado por Olívio Dutra. Marta concorre, em São Paulo, com José Serra (PSDB).
De acordo com o Jornal do Brasil, outro nome que, numa eventual derrota, poderá ser amparado pelo leque generoso de Lula é o atual prefeito de Goiânia, Pedro Wilson, que vai disputar o segundo turno com Íris Rezende (PMDB). "É hipótese, mas por enquanto, somos candidatos à reeleição", ponderou Wilson.
Outras mudanças
Se as duas candidaturas petistas não naufragarem, a arrumação no time será ainda menor. O presidente deve mandar o ministro José Viegas para uma embaixada na Europa e transferir Aldo Rebelo da Coordenação Política para o lugar de Viegas.
Essa alternativa restabelece para o ministro da Casa Civil, José Dirceu, o trabalho que fazia no governo de articulação com o Congresso. A missão foi interrompida em fevereiro, quando seu principal assessor, Waldomiro Diniz, pediu demissão depois de ser flagrado negociando propina com o jogo do bicho.
Um assessor do ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, teme por essa mudança no Ministério da Defesa. Com Rebelo içado ao comando das Forças Armadas, o PCdoB, partido dos dois ministros, sairia prejudicado, porque seria forçado a abrir mão do Esporte.
A legenda é pequena, com menos de 2% das cadeiras, e a justificativa é que o governo teria de acomodar outros aliados com mais votos no Congresso. Agnelo voltaria à Câmara dos Deputados onde tem mandato por mais dois anos.
Em outra recorrente metáfora, o presidente também comparou sua equipe à Seleção Brasileira, admitindo que pode "trocar algum jogador no meio do caminho por causa de uma contusão". Além das "contusões" naturais, provocadas pelas disputas nas urnas, Lula sente falta de uma gerência empresarial no programa Fome Zero que ele tenta vender ao mundo como um êxito, mas que padece, internamente, de gerenciamento.
O presidente não esconde a decepção com o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, que, no mês passado, admitiu fragilidade no cadastro do Bolsa-Família, principal programa do ministério. A reação de Lula foi entregar o gerenciamento do programa a um grupo de trabalho chefiado pelo ministro José Dirceu, que também dirige 12 câmeras setoriais e 37 outros grupos de trabalho no governo.
Quanto à falta de gerência há quem, no Planalto, mencione os nomes do governador do Acre, Jorge Viana (PT) para o posto de "gerentão" e de Aloizio Mercadante para a Saúde, idéia praticamente sepultada depois que o senador paulista se autoproclamou candidato do partido ao governo de São Paulo.
O ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, disse que prefere o "pragmatismo" das ações que tem de desenvolver a discutir "especulações" de reforma ministerial. "Eu trabalho sobre fatos, números, programas. Não discuto reforma ministerial. Isso é um assunto do presidente Lula. Minha função é coordenar os programas ministeriais", afirma.
No Congresso, o vice-líder do governo, deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF), afastou a idéia de reforma ministerial ampla como a que o presidente Lula realizou no início do ano, porque os índices do governo estariam bons e a máquina funcionando bem. Entretanto, o parlamentar, que é ligado ao ministro José Dirceu, além de amigo de futebol de Lula, reconhece a necessidade de trocas pontuais.
Ao chegar janeiro, na metade do mandato, Lula poderá até não ter feito uma reforma ministerial, mas a expressão "freada de arrumação" é tema recorrente tanto no PMDB quanto no Planalto e em gabinetes ministeriais. O ministro da Previdência, Amir Lando, um dos ocupantes da fatia que coube ao PMDB no governo Lula, disse que o cenário pós-eleitoral deverá definir as mudanças na equipe do presidente.
Em todo caso, enquanto não terminar a articulação para o segundo turno, quando 24 candidatos petistas estão disputando prefeituras, o tema segue sendo discutido com possibilidades tão amplas quanto o leque de alianças que o governo quer construir.
Reeleição no Congresso
O presidente conversou, reservadamente, há duas semanas, com o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), a quem ofereceu dois ministérios. "Um é para você e o outro para quem você indicar", teria dito o presidente, segundo uma pessoa próxima ao senador alagoano.
Calheiros tinha ido ao Planalto pedir apoio de Lula, "no mínimo neutralidade", na disputa que trava pela presidência do Senado. No governo e no Congresso há setores que articulam a votação de uma mudança na Constituição, permitindo a reeleição dos presidentes das mesas diretores, exatamente uma das cadeiras que Renan ambiciona.
O presidente considera o tema da reeleição no Congresso "uma certa heresia política", por achar que não havendo reeleição nas casas legislativas em geral, a mudança seria "uma contradição". Chegou a adiantar, contudo, que tem um candidato, sem citar nome.
Se houver a reeleição e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), permanecer no posto, a alternativa para Renan Calheiros seria desembarcar na Esplanada dos Ministérios, de onde saiu, no governo Fernando Henrique, quando ocupava a pasta da Justiça.
Fonte:
JB Online
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/372287/visualizar/
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