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Cultura
Terça - 12 de Outubro de 2004 às 16:41
Por: Inés Benítez

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A urna que contém o que seriam os restos mortais de Cristóvão Colombo foi aberta hoje, terça-feira, para comemorar o Dia da Hispanidade, enquanto as pesquisas continuam para desvendar qual foi a última morada do descobridor da América.

"Aqui repousam os restos imortais (sic) de Cristóvão Colombo. Nós velaremos por seu descanso eterno", exclamou em uníssono um grupo de guardas-marinha da Academia Naval da Marinha de Guerra antes da abertura da urna, no Farol a Colombo de Santo Domingo.

Rafael Bello, pároco da Catedral da capital dominicana, se encarregou de introduzir a chave prateada na fechadura da urna em nome do cardeal Nicolás de Jesús López Rodríguez, ao som dos hinos dominicano e pan-americano interpretados pela banda de música da Marinha de Guerra.

Andy Mieses, diretor do Farol a Colombo, inaugurado em 1992 por ocasião do V Centenário do Descobrimento, afirmou durante a cerimônia que a descoberta da América é um "acontecimento fundamental para a História mundial e o surgimento do mundo moderno".

"No dia 12 de outubro, a República Dominicana e suas instituições não podem deixar passar a chance de comemorar a façanha de Cristóvão Colombo que deu uma virada na História mundial em 1492", afirmou.

Durante a cerimônia, limitada com um toque de corneta e rufar de tambores, a subsecretária de Cultura para Patrimônio Cultural, Sulamita Puig, se referiu ao Descobrimento da América como "um dos fatos históricos mais importantes da humanidade".

Ela também reconheceu que "o fato implicou um conteúdo de violência só comparável à exercida hoje pela pobreza, pela fome e pela miséria sobre a maioria dos habitantes da América Latina".

"Hoje completam 512 anos da ocorrência de um feito que revolucionou a vida do homem do fim da Idade Média, que deu início à modernidade e que propiciou a globalização geográfica da Terra", disse a secretária.

Sulamita Puig lembrou que o Farol a Colombo, um monumento em forma de cruz no leste da capital, foi erguido no local da descoberta dos restos de Cristóvão Colombo na Catedral de Santo Domingo em 1877 e como iniciativa aprovada por resolução da V Conferência Internacional Americana em 1923.

A comemoração do Dia da Hispanidade, que contou com a presença da embaixadora da Espanha, María de Jesús Figa, e diversas autoridades dominicanas, acontece enquanto pesquisadores tentam determinar onde estão os restos do descobridor.

Cientistas espanhóis da Universidade de Granada, no sul da Espanha, apresentaram resultados preliminares de um estudo de dois anos sobre a autenticidade dos supostos restos do almirante que repousam em Sevilha (Espanha), junto aos do seu filho Diego.

O grupo concluiu que é preciso uma comparação dos restos exumados em Sevilha com os de Santo Domingo para determinar quais são realmente os de Colombo.

Os pesquisadores espanhóis propuseram às autoridades dominicanas fazer um estudo para a preservação dos ossos que estão em Santo Domingo para evitar sua contaminação e degradação, explicou hoje à EFE Sulamita Puig.

Eles também propõem o estudo antropológico, deixando para o final o teste genético "se for considerado que pode haver DNA nesses ossos possíveis de serem examinados", segundo o documento enviado pelo diretor do laboratório de identificação genética da Universidade de Granada, José Antonio Lorente, e do historiador Marcial Castro.

Em seu testamento, Colombo deixou expressamente estabelecida sua vontade de ser enterrado no que hoje é a República Dominicana, que descobriu em 5 de dezembro de 1492, na sua primeira viagem ao Novo Mundo.

O irmão de Colombo, Bartolomeu, fundou em 1496 a atual cidade de Santo Domingo, da qual seu filho Diego foi vice-rei.

Mas nem tudo é celebração nesta data. Alguns na República Dominicana denominam o 12 de outubro como Dia do Extermínio, já que existe a crença de que há uma espécie de maldição no interesse de Colombo sobre estas terras.

Muitos dominicanos inclusive evitam a todo custo pronunciar o nome do descobridor. E, se falam, batem na madeira imediatamente para evitar a má sorte.




Fonte: EFE

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