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Mulheres preteridas na propaganda
Apesar de Mato Grosso ter aumentado em mais de 5% o número de candidatas neste pleito, se comparado ao de 2000, o número de mulheres eleitas no dia 03 de outubro último caiu mais de 1%. Um estudo feito pela pedagoga Ozenira Victor Oliveira, da Universidade Federal de Mato Grosso, revela que a dificuldade para atingir a representatividade feminina em cargos públicos eletivos se mostra claramente no período da campanha eleitoral, onde as mulheres, além de enfrentarem complicações na hora emplacar as suas candidaturas, são preteridas na viabilização de recursos para a propaganda. Prova disso é que apenas 8,35% da propagandas eleitorais espalhadas pelas ruas de Cuiabá e Várzea Grande são de mulheres.
Neste ano 1.686 (20,86%) mulheres disputaram um cargo para vereadora ou para prefeita, dessas, 173 conseguiram uma vaga, o equivalente a 12% do total de eleitos em todo o Estado. Nas eleições de 2000 foram 1.161 (15,69%) candidatas e 203 eleitas, que representavam 13,07% de eleitos. Vale destacar que neste pleito Mato Grosso reduziu 118 vagas de vereadores e elegeu dois prefeitos a mais do que em 2000.
Esses números, segundo Ozerina Oliveira, são o resultado de uma sociedade que ainda vive sob a égide do patriarcalismo e do machismo. Situação que fica evidente quando se observa as propagandas eleitorais espalhadas pelas principais ruas e avenidas de Cuiabá e Várzea Grande, cidades que serviram de base para seu estudo. “A sociedade patriarcal e machista não enxerga as mulheres nos espaços públicos, só nos privados, e isso se reflete também na questão dos recursos para campanha. Os partidos investem em candidatos que tem mais potencial”, ponderou.
A pedadoga, instigada pelo contraste entre a propaganda feminina e a masculina, decidiu estudar a disparidade e saiu a campo para coletar dados. Observando as propagandas espalhadas nas avenidas Fernando Côrrea da Costa, Getúlio Vargas, Rubens de Mendonça (CPA), Espigão (Tijucal) e rua Newton Roberto de Castro (Pedra 90), em Cuiabá, e as avenidas da Feb, Filinto Mulher, Ademar de Barros e rua Iara, em Várzea Grande, Ozenira verificou que 8,35% da fotos de propagandas são de mulheres enquanto 91,65% são de homens. “Se as mulheres cada vez menos aparecem, menor é o incentivo para usar o espaço público”, avaliou. Ao observar que as mulheres são a maioria do eleitorado e no entanto, não representam nem os 30% exigidos pela Legislação Eleitoral no momento da disputa.
As fotos computadas no estudo não são discriminadas por cargos e nem por candidatas, porém, um dado chamou a atenção da pesquisadora. De quatro candidatas a vice-prefeita, entre Cuiabá e Várzea Grande, apenas uma delas, em Várzea Grande, aparecia “colada” ao seu companheiro de chapa. As demais praticamente não apareceram nas propagandas de rua. O estudo também constata que algumas candidatas massificaram a propaganda em determinadas avenidas ou ruas específicas do centro da cidade e reduziram na periferia das cidades.
Se separarmos os números por município temos os seguintes dados: em Cuiabá 6,86% são de candidatas e 93,14% são de candidatos; em Várzea Grande o percentual é de 11,90% para 88,10% favorável ao homens.
Crítica, Ozerina chama atenção para o fato de que as mulheres estão sendo associadas somente ao consumo e não à vida pública. “Por que não acontece ao contrário, isso não pode ser considerado normal, tem sido assim mas pode ser diferente, desde que seja trabalhado um outro conceito de mulher”, ressaltou.
Para a pedagoga, essa disparidade leva a crer que a maioria da população não tem poder de decisão, uma vez que não está representada nos cargos públicos, já que a mais de 50% do eleitorado é mulher e o número de eleitas ainda está muito aquém desse percentual.
Neste ano 1.686 (20,86%) mulheres disputaram um cargo para vereadora ou para prefeita, dessas, 173 conseguiram uma vaga, o equivalente a 12% do total de eleitos em todo o Estado. Nas eleições de 2000 foram 1.161 (15,69%) candidatas e 203 eleitas, que representavam 13,07% de eleitos. Vale destacar que neste pleito Mato Grosso reduziu 118 vagas de vereadores e elegeu dois prefeitos a mais do que em 2000.
Esses números, segundo Ozerina Oliveira, são o resultado de uma sociedade que ainda vive sob a égide do patriarcalismo e do machismo. Situação que fica evidente quando se observa as propagandas eleitorais espalhadas pelas principais ruas e avenidas de Cuiabá e Várzea Grande, cidades que serviram de base para seu estudo. “A sociedade patriarcal e machista não enxerga as mulheres nos espaços públicos, só nos privados, e isso se reflete também na questão dos recursos para campanha. Os partidos investem em candidatos que tem mais potencial”, ponderou.
A pedadoga, instigada pelo contraste entre a propaganda feminina e a masculina, decidiu estudar a disparidade e saiu a campo para coletar dados. Observando as propagandas espalhadas nas avenidas Fernando Côrrea da Costa, Getúlio Vargas, Rubens de Mendonça (CPA), Espigão (Tijucal) e rua Newton Roberto de Castro (Pedra 90), em Cuiabá, e as avenidas da Feb, Filinto Mulher, Ademar de Barros e rua Iara, em Várzea Grande, Ozenira verificou que 8,35% da fotos de propagandas são de mulheres enquanto 91,65% são de homens. “Se as mulheres cada vez menos aparecem, menor é o incentivo para usar o espaço público”, avaliou. Ao observar que as mulheres são a maioria do eleitorado e no entanto, não representam nem os 30% exigidos pela Legislação Eleitoral no momento da disputa.
As fotos computadas no estudo não são discriminadas por cargos e nem por candidatas, porém, um dado chamou a atenção da pesquisadora. De quatro candidatas a vice-prefeita, entre Cuiabá e Várzea Grande, apenas uma delas, em Várzea Grande, aparecia “colada” ao seu companheiro de chapa. As demais praticamente não apareceram nas propagandas de rua. O estudo também constata que algumas candidatas massificaram a propaganda em determinadas avenidas ou ruas específicas do centro da cidade e reduziram na periferia das cidades.
Se separarmos os números por município temos os seguintes dados: em Cuiabá 6,86% são de candidatas e 93,14% são de candidatos; em Várzea Grande o percentual é de 11,90% para 88,10% favorável ao homens.
Crítica, Ozerina chama atenção para o fato de que as mulheres estão sendo associadas somente ao consumo e não à vida pública. “Por que não acontece ao contrário, isso não pode ser considerado normal, tem sido assim mas pode ser diferente, desde que seja trabalhado um outro conceito de mulher”, ressaltou.
Para a pedagoga, essa disparidade leva a crer que a maioria da população não tem poder de decisão, uma vez que não está representada nos cargos públicos, já que a mais de 50% do eleitorado é mulher e o número de eleitas ainda está muito aquém desse percentual.
Fonte:
Diário de Cuiabá
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/372449/visualizar/
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