Fita VHS aponta compra de votos

Uma fita VHS pode mudar o cenário político de pós-eleição em Campo Verde (a 139 km Cuiabá). A assessoria jurídica da coligação "Unidos por Campo Verde" (PPS, PP, PSL, PFL, PL e PSDB), representou contra o candidato vencedor da eleição municipal Dimorvan Alencar Brascancim, o "Professor Dimorvan" (PDT). A coligação "Campo Verde para todos" (PDT, PT, PTB, PMDB, PTN e PSB) encabeçada pelo candidato Paulo Fernando da Rosa, o Paulinho (PPS), acusa o seu oponente de compra de voto.

O candidato eleito supostamente teria pago valores entre R$ 50 e R$ 130 e oferecido cestas básicas, leite para recém-nascido e até berço para criança a eleitores em troca de voto. A configuração de crime eleitoral é sustentada na forma de entrevista com seis pessoas que confirmam ter negociado voto e apoio, mediante pagamento de dinheiro ou troca de favores. A representação com pedido de investigação judicial pede ainda a cassação do registro de candidatura de Dimorvan.

A ação foi protocolizada na última sexta-feira na 12ª Zona Eleitoral de Campo Verde. O pedido é extensivo à comerciante Matilde Vezs, dona de um supermercado do município, citada como suposta intermediária na apresentação de eleitores para votar em Dimorvan. Até o nome da esposa do professor é mencionado na entrevista. A fita VHS contendo os diálogos (áudio e vídeo) foi encaminhada à Justiça Eleitoral. As conversas também foram transcritas e anexadas ao processo.

"O Gazeta Dados só errou no resultado por causa da compra de voto em Campo Verde, que ocorreu de uma forma escancarada", relata o advogado Lauro José da Mata que, junto com o também advogado Heitor Corrêa da Rocha, compõem a assessoria jurídica da Unidos por Campo Verde. Na ação, Mata requereu a citação dos representados e consulta ao Ministério Público Eleitoral (MPE). Ao final da ação a coligação solicita que seja decretada inelegibilidade dos dois.