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Politica Brasil
Domingo - 03 de Outubro de 2004 às 12:19
Por: Romilson Dourado

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Divergências pessoais e ideológicas, inclusive para as eleições de 2006, e a tendência de federalização do pleito no segundo turno em Cuiabá devem dificultar entendimentos para a consolidação de alianças. Caso as urnas confirmem hoje o resultado do Gazeta Dados, que aponta uma disputa entre o tucano Wilson Santos e o petista Alexandre Cesar, quem o PPS do governador Blairo Maggi e do prefeito Roberto França apoiará efetivamente?

Analistas observam que, apesar de em nível nacional o PPS estar coligação com o PT em apoio ao governo Lula da Silva, na capital mato-grossense ambos partidos vivem rota de colisão. A realidade local distancia o PT do PPS, assim como dos tucanos.

A bancada petista na Câmara Municipal, hoje representada pelos vereadores Domingos Sávio e Enelinda Scala, tem sido crítico ferrenho da administração Roberto França, principal cabo eleitoral do candidato Sérgio Ricardo. Isso pode levar França, presidente regional do PPS e orientador do diretório municipal, a se opor a aliança com os petistas.

Além disso, há uma briga judicial e no campo pessoal entre a ex-deputada estadual e hoje senadora petista Serys Slhessarenko e Sérgio Ricardo.

Em junho de 2001, Serys, que presidia a CPI da Compra de Votos na Assembléia Legislativa, recebeu denúncia de que Sérgio teria comprado voto nas eleições de 2000, quando se elegeu vereador com votação expressiva. A acusação partira do funcionário da Metamat, Paulo Remi. Em depoimento na mesma CPI, Sérgio acusou a então deputada de também ter comprado votos. Ele foi ainda autor de uma gravação em fita de vídeo em que Silvana Campos acusa Serys de envolvimento no atentado contra Sivaldo Campos, então presidente do diretório do PT e suplente de vereador. Na ocasião, Sérgio apresentou algumas fitas, para quem continua um trabalho jornalístico, com denúncias contra a petista.

Fontes do PT garantem que em hipótese alguma a senadora Serys aceitaria estar no mesmo palanque de Sérgio. "Uma decisão partidária não supera esses traumas", pondera um membro da executiva regional do PT.

Na provável disputa entre Wilson e Alexandre estarão também em discussão interesses políticos eleitoral para 2006. O PT já trabalha o nome de Serys para disputar a sucessão estadual e, neste caso, haveria confronto de interesses dos socialistas Roberto França e do governador Blairo Maggi. O PT teria dificuldade em costurar apoio do PPS por ser oposição tanto ao governo França quanto à gestão Maggi, que tem interesse em concorrer à reeleição.

Alexandre também encontraria obstáculos para ter no palanque o PFL, que hoje pertence a coligação de Sérgio. A maioria resistência viria do ex-governador e prefeito de Várzea Grande, Jaime Campos que, se conseguir eleger o sucessor Wallace Guimarães (PFL) se fortalece e entraria no páreo na corrida ao Palácio Paiaguás.

Se depender de Sérgio Ricardo, o PPS apoiaria Wilson no segundo turno, por ter maior afinidade com o deputado tucano.

Trata-se de um quebra-cabeça cuja montagem das peças dependerá de articulação em âmbito local e com ingerência das cúpulas dos partidos, principalmente do PT, PPS e do PSDB. "Vai ter gente que terá de engolir sapo. Será possível vermos, num segundo turno, críticos de um passado recente aliados aos interesses do presente", diz o professor e cientista política Lourembergue Alves.




Fonte: A Gazeta

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