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Politica Brasil
Quarta - 22 de Setembro de 2004 às 11:07
Por: JOANICE DE DEUS

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A greve dos bancários parou as agências de Cuiabá e Várzea Grande ontem. Nestas duas cidades, de acordo com o Sindicato dos Bancários (SEEB), a paralisação atingiu 100% das agências públicas (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco da Amazônia), além de privadas como o HSBC, Real, Unibanco e Itaú.

Entre a capital e Várzea Grande, são 68 unidades de atendimento, envolvendo agências e postos de serviços. Em vários outros municípios do interior, a adesão da categoria também foi grande, deixando milhares de pessoas sem atendimento em todo o Estado.

O movimento, conforme o SEEB, paralisou agências públicas e privadas localizadas em Alta Floresta, Cáceres, Arenápolis, Sapezal, Sinop e Chapada dos Guimarães. A greve é nacional e acontece por tempo indeterminado.

O Bradesco foi um dos poucos que conseguiu manter o atendimento. De acordo com o presidente do SEEB, Eduardo Alencar, o banco conseguiu uma liminar de interdito proibitório na Justiça, impedindo piquete em frente às suas agências. Conforme Alencar, duas agências do Bradesco, localizadas em Cuiabá e que estavam fechadas ontem pela manhã, foram abertas por oficiais de Justiça. O SEEB entrou com recurso para derrubar a liminar.

Numa tentativa de conseguir a adesão dos funcionários do Bradesco e de atrapalhar o atendimento, cerca de 50 grevistas entraram na agência do banco, localizada na rua Barão de Melgaço, centro da capital, e permaneceram nas filas de atendimento fazendo depósitos irrisórios na conta do SEEB.

Mesmo com mobilizações realizadas anteriormente pela categoria, a greve também pegou vários clientes de surpresa. Um deles foi a professora Genise Martins da Silva, que procurou o Banco do Brasil na avenida Getúlio Vargas, para fazer pagamento e transferência. “A greve deixa a gente de mãos atadas. Hoje tudo depende de banco”, comentou. “Agora quero saber como vai ficar a questão dos juros que terei que pagar por atraso”, indagou. Na agência e em várias outras, os caixas eletrônicos estavam foram de operação.

Outro também que procurou a agência do BB para fazer depósitos foi o vendedor Luiz Eduardo. “Ouvi falar da paralisação por cima. Acho que eles (bancários) estão no direito deles, mas a greve atrapalha a vida de muita gente”, disse.

Para os clientes com contas a pagar uma das orientações é procurar agências que estiverem abertas, sistema de auto-atendimento ou mesmo casas lotéricas. Se não houver opção, cliente de bancos paralisados não paga multa e os juros só começam a contar quando voltar o atendimento. Ainda ontem à tarde, os bancários retomaram as negociações com a Federação Nacional dos Bancos (veja matéria ao lado).

Durante a rodada de negociação, a expectativa era de uma nova contraproposta ser apresentada. À noite, a categoria se reuniria em Cuiabá para avaliar o movimento e definir novas estratégias de mobilização.

Os bancários (CNB) reivindicam 25% de reajuste salarial e a Fenaban oferece 8,5%, mas as negociações envolvem também abonos, participação nos lucros e resultados, entre outras reivindicações. Atualmente um bancário em início de carreira ganha em média R$ 702,66.

Conforme Alencar, este ano os trabalhadores estão dispostos a manter a greve até que suas propostas sejam atendidas. “Queremos aumento real de salário”, cobrou. Em Mato Grosso, são 3.100 bancários, sendo 1,5 mil em Cuiabá e Várzea Grande.




Fonte: Diário de Cuiabá

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