O Brasil lidera a pesquisa biofarmacêutica na América Latina, com investimentos nos últimos anos que permitiram ao país ser sede de importantes testes clínicos e levaram a um aumento significativo de publicações e patentes.
Os dados fazem parte de um relatório produzido pela empresa de consultoria Charles River Associates (CRA) a pedido da International Federation of Pharmaceutical Manufacturers & Associations (IFPMA), que nesta quarta-feira iniciou em Genebra sua 26ª assembleia bienal.
O estudo analisa as políticas, o entorno e a prioridade dada à inovação biofarmacêutica em oito países de renda média: Brasil, China, Colômbia, Coreia do Sul, Índia, Malásia, Rússia e África do Sul.
O relatório destaca como principais fatores de êxito uma legislação adequada e a coordenação entre o Estado e a indústria, além da adequada proteção da propriedade intelectual.
Apesar de os centros de pesquisa e desenvolvimento farmacêuticos seguirem majoritariamente concentrados nos países em desenvolvimento, estes estão se deslocando lentamente para nações de renda média.
A China já acolhe 12 centros deste tipo e é seguida pela Índia, com três. Apesar de o Brasil ter apenas um, conseguiu liderar junto à China o número de testes clínicos realizados nos países de renda média (15% do total).
O relatório indica que a infraestrutura médica, a população e a necessidade de abastecer o mercado local são alguns dos aspectos que explicam o rápido aumento dos testes clínicos na China e no Brasil.
De fato, estes dois países tiveram um crescimento de três dígitos em suas publicações científicas entre 2000 e 2010. O estudo avalia os países com relação a sete aspectos que aumentam sua capacidade de promover a inovação, e dá ao Brasil uma pontuação média de 3, em uma escala com máximo de 5.
O Brasil se destaca pelo número de publicações, que é considerado "bom", enquanto a pior nota corresponde à criação de novos remédios, definida como "pobre".
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