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Meio Ambiente
Sábado - 11 de Setembro de 2004 às 13:41
Por: NEUSA BAPTISTA

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O Brasil possui um patrimônio natural de US$ 2 trilhões, formando uma cadeia produtiva que envolve 100 mil trabalhadores e movimenta mais de US$ 1 bilhão. No Brasil, apenas 38 empresas que exploram esse patrimônio natural, mas o mercado é promissor, pois 80% da população mundial - e 90% da população brasileira - usa algum tipo de medicamento fitoterápico.

Os dados pertencem ao Programa Estadual de Fitoterápicos, Plantas Medicinais e Aromáticas, apresentado nesta sexta-feira (10.09) durante a reunião do Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia. O programa, que tem um orçamento de R$ 5 milhões, conta com a parceria entre a Secretaria de Estado de Emprego, Trabalho e Cidadania (Setec), da Empresa Mato-grossense de Pesquisa e Extensão Rural (Empaer), da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e da Fundação Estadual do Meio Ambiente, entre outros.

Além do uso para fins medicinais, o programa almeja também a agregação de valor aos produtos, o que resultará no desenvolvimento de áreas da economia como o turismo. O programa aceitará projetos de pesquisa desde que estejam vinculados a uma instituição, associação ou outra entidade estabelecida. "O objetivo é que essas entidades se fortaleçam e, no caso de mudança de governo, o projeto não morra. Queremos fomentar projetos de Estado e não de um ou outro governo", ressaltou a representante da SES, Mary Gema de La Cruz.

Um dos temas abordados durante a apresentação foi o potencial exportador do Brasil e sua capacidade de produzir remédios fitoterápicos, deixando de ser o décimo segundo país em consumo de medicamentos sintéticos, importados de países como a Alemanha. "Alimentos como o pequi têm propriedades anticancerígenas", disse Mary Gema.

O registro de patentes é uma preocupação entre os estudiosos da fitoterapia. "A questão da patente é muito complicada. É difícil avançar sem uma estrutura jurídica", observou a secretária Flávia Nogueira. Ela também chamou a atenção para o fato de que em Mato Grosso ainda existem poucas pessoas habilitadas para o trabalho com fitoterápicos, em especial para a identificação dos princípios ativos das plantas. "Precisamos atuar na formação das competências locais embora contemos com o trabalho da Fiocruz."

Durante a reunião a coordenadora de Popularização da Ciência da Secitec, Inês da Costa Marques, divulgou a Semana da Ciência e Tecnologia, que será comemorada em Cuiabá com o evento "Ciência no Parque", entre os dias 18 e 24 de outubro. "A intenção do evento é divulgar a ciência entre as crianças, para que ela faça parte da formação do indivíduo desde seu começo", explicou a secretária Flávia Nogueira.

O projeto "Ciência no Parque" atingirá mais de três mil alunos de Ensino Fundamental e Médio de escolas públicas e particulares de Cuiabá. Durante a semana estará sendo apresentada a exposição itinerante "Maths 2000" da Estação Ciência, da Universidade de São Paulo (USP), que visa, por meio da manipulação de experimentos científicos, tornar a ciência mais palpável, tornando-a concreta para o aluno. O evento acontecerá no Parque Mãe Bonifácia, onde os alunos também farão trilhas ecológicas, recreação e outras atividades. Também será realizado um workshop sobre montagem de museus e exposições de ciência, voltado para professores e pesquisadores e o público em geral.

O projeto é uma iniciativa da Coordenação de Popularização da Ciência da secretaria, cujo objetivo é aproximar a ciência do cotidiano das pessoas por meio de atividades de divulgação e apoio a iniciativas como Museus de Ciência, feiras, etc.




Fonte: Secom-MT

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