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Politica Brasil
Sexta - 20 de Agosto de 2004 às 18:49
Por: NAIARA MARTINS

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O pólo industrial do Amazonas, conhecido como a Zona Franca de Manaus, é responsável por girar cerca de 90% da economia do estado do Amazonas. Apenas a comercialização de eletroeletrônicos, como geladeira, aparelhos de som, aparelhos celulares, entre outros, alavancam faturamentos que ultrapassam a casa dos U$$ 14 bilhões de dólares.

A produção e a potencialidade da Amazônia foi a temática abordada na palestra "Transporte, Logística e Desenvolvimento na Amazônia", proferida pelo secretário de Estado de Infra-estrutura, Luiz Antônio Pagot, nesta sexta-feira (20.08), no Amazontech. A palestra teve como temática os diversos ciclos enfrentados pela população amazonense no processo de afirmação sócio-econômica do estado.

De maneira bastante sintética, Pagot traçou um esboço desde os tempos de colonização da região Amazônica, ocupada predominantemente por povos espanhóis no século XVII, onde a matéria-prima utilizada para a confecção de embarcações era prioritariamente a madeira. A partir do século XVIII, com a descoberta de jazidos minerais e com a extração de borracha, as embarcações passaram a ter seus cascos construídos em aço.

Nessa linha de evolução, hoje Manaus - que possui cerca de 1,6 milhão de habitantes - é considerada uma potencialidade na área da produção industrial onde estão instaladas algumas das maiores multinacionais como a Honda Motors, a Nokia Celulares, e outras, que além de movimentarem a economia produzindo capital de giro, fortalecem a oferta de trabalho e a geração de emprego e renda.

Com o progresso na área da indústria naval e o fortalecimento da navegação, tendo o Pólo de Belém como um dos maiores exemplos no setor, o extrativismo mineral deixou de ser vital para a economia da região. De acordo com o secretário, uma das formas de garantir a sustentação do programa de siderurgia implementado no estado foi a construção da Usina de Tucuruí. Com capacidade de 9 mil kwatts, que além de fornecer energia para as indústrias de extração de minério, foi a maior responsável pelo abastecimento de energia para as regiões leste e oeste do Brasil durante o "apagão" no ano de 2000.

Pagot foi categórico em afirmar, que o grande vilão para o desenvolvimento de qualquer área do país, e principalmente de regiões que possuem capacidade hidrográfica como o Amazonas, é a falta de investimentos em planos que se antecipem ao colapso do transporte. "A falta de comprometimento com a adequação do sistema de cargas acaba por tornar inviável o escoamento de produtos que acabam se perdendo no campo ou pelo caminho", criticou Pagot.

A navegação pelo rio Madeira é um exemplo da utilização de meios mais competitivos e menos onerosos para o transporte de cargas. A situação do escoamento nos Portos de Paraná (PR) e Rio Grande (RS) é um exemplo agora negativo da falta de conservação das áreas de embarcações. A não execução de uma simples dragagem, ou seja, a retirada de areia acumulada nos calados dos portos, que deveria ser feita periodicamente, é suficiente para impedir o atracamento de navios cargueiros que necessitam de grandes profundidades para o aporte.

Há cerca de 11 anos, o Ministério de Transportes possuía recursos de R$ 10 bilhões para serem investidos na adequação, reparo e conservação dos diversos meios de transporte de cargas no país. Quase esgotada, essa verba hoje representa menos de R$ 1,4 bilhão, o que acaba por inibir a instalação de empresas e falir a projeção dos produtos brasileiros dentro e fora do comércio interno.

No caso específico da navegação, o Fundo Marino Mercante, criado para compensar a defasagem no setor promovendo a reestruturação e a implementação de projetos fluviais e para o transporte naval, acaba investindo menos de 30% do total que arrecada. Para cada guia de frete das embarcações, são descontados 25% do total do transporte, constituindo assim o fundo.

TRANSPORTE TERRESTRE – Em se tratando de Mato Grosso - que possui a maior planície agricultável do Brasil, o Chapadão dos Parecis, localizada ao Médio Norte de Mato Grosso -, Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), implantado no estado, é responsável por destinar 70% de sua arrecadação para a estruturação e conservação da malha viária do estado. Numa parceria inovadora, o Governo do Estado originou o sistema de Consórcios Rodoviários, que em parceria com a iniciativa privada visa pavimentar mais de 1.792 km de novos asfaltos.

"O consórcio é uma verdadeira revolução silenciosa que o governador Blairo Maggi está implantando e que hoje já é exemplo para diversos estados", endossou Pagot. Até o ano de 2006, serão pavimentados cerca 3 mil quilômetros de estradas, que somados aos 2.459 km já pavimentados, deve atingir o número de 5 mil km de rodovias asfaltadas, por onde trafegarão aproximadamente 90% do fluxo de cargas e 80% do fluxo de passageiros.

DISTRITO INDUSTRIAL – A revitalização do Distrito Industrial de Cuiabá, visto como um grande pólo do desenvolvimento industrial, será um dos maiores portos de carga e descarga para os trilhos da Ferronorte. Apenas em 2003, foram investidos mais de R$ 2,4 milhões em pavimentações. Até o final de outubro serão aportados cerca de R$ 6,4 milhões na abertura e asfaltamento de ruas.

Os investimentos no local já garantiram a implantação de 34 novas indústrias e a reserva de área para a instalação de outras 25 empresas. Em apenas 18 meses, o Estado implementou quase o mesmo percentual de pavimentação asfáltica realizada em governos anteriores, ou seja, são 71,3 mil m2 contra 110 mil metros quadrados, executados ao longo de 25 anos. Atualmente, é registrado o tráfego de aproximadamente 8 mil caminhões/dia, ultrapassando o número de 69 mil carretas/mês. Essa estatística aponta para mais de 820 mil carretas trafegando por Mato Grosso em todo ano, o que representa um terço da frota brasileira.

As 155 empresas hoje instaladas no distrito são responsáveis por mais de 7.190 mil frentes de trabalho direto, e outros 8 mil indiretos. Apenas as 34 novas indústrias em implantação, responderão por mais de 1.300 empregos diretos.





Fonte: Assessoria/Sinfra-MT

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