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Politica Brasil
Quarta - 04 de Agosto de 2004 às 14:20
Por: João Carlos Caldeira

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São 18 horas! Você pega seu carro, ônibus ou carona e vai pra casa. É o primeiro a chegar; acende a luz da sala e do quarto, vai ao banheiro, troca de roupa, vai até a geladeira, faz uma boquinha (ninguém é de ferro!), senta-se no sofá para ver o noticiário na TV ou ouvir uma boa música. Alguns preferem tomar banho logo em seguida, outros vão jantar primeiro. Jogar videogame com os filhos, ver e-mails e assim vai noite adentro.

Essa é a rotina típica da maioria da população nas grandes cidades de Mato Grosso, e muito provavelmente deve ser bem próxima da sua, que está lendo este artigo. Pois bem, imagine sua rotina agora sem o uso da energia elétrica. Sem luz, somente vela; sem geladeira, sem TV, aparelho de som, DVD, micro-ondas, computador, chuveiro quente, e por aí vai. Conseguiu imaginar? Dá para se ter uma idéia, lembrando das vezes em que ficou no escuro por algum apagão ou corte temporário, fruto de algum temporal.

Criamos uma dependência tão grande da energia elétrica que é praticamente impossível, para nós “urbanóides”, sobrevivermos sem ela. Assim como o alimento e a água, a energia elétrica é um bem de primeira necessidade na vida do homem.

Acontece que o custo que estamos pagando por todo esse conforto e comodidade está extrapolando o limite suportável. Em Mato Grosso, os consumidores pagam 42% de impostos sobre o consumo da energia elétrica, encarecendo produtos e inflando orçamentos (governador, não me esqueci de sua promessa de campanha, de reduzir o imposto, lembra?).

Em algumas atividades, a energia elétrica tem o peso tão forte no orçamento que acaba inviabilizando o custo de produção ou de prestação de serviços numa empresa.

Recentemente, numa conversa com o gerente de um grande hotel de Cuiabá, descobri que durante o período das 6 às 18 horas, o hotel utiliza-se de um gerador próprio para produção de energia, utilizando-se do serviço público somente à noite, quando o preço é diferenciado.

Imaginem o custo para adquirir e manter um grupo gerador. Além do consumo do óleo diesel, tem ainda o desgaste das peças, o óleo lubrificante, a emissão de poluente, o barulho e a manutenção do equipamento. Para um hotel assumir todos esses custos e trabalho é porque financeiramente está valendo a pena.

A energia elétrica e a água serão os bens de primeira necessidade mais valiosos e caros neste novo século. As empresas e famílias que não se preocuparem com a economia e com formas alternativas de geração de energia, terão sérias dificuldades de sobrevivência.

Em Março deste ano, o governo federal lançou o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), que oferece linhas de créditos às empresas que tenham algum projeto alternativo e viável.

Aqui em Mato Grosso temos um potencial inestimável para produzir energia à base de biomassa, principalmente de restos de madeira e do bagaço de cana-de-açúcar. Algumas empresas como a Koblitz, por exemplo, já utilizam a tecnologia em São José do Rio Claro e em Confresa e vendem a energia produzida para a Rede Cemat.

Mas só isso não basta, a mudança de comportamento e de atitude deve vir de todos nós, dos arquitetos e engenheiros aos chefes de famílias; da construção de uma casa ou empresa a compra de um novo eletrodoméstico.

Economizar para não racionar! Planejar para não desperdiçar!

João Carlos Caldeira
Empresário, jornalista, especialista em administração de turismo, hotelaria e lazer.
E-mail: joaocmc@terra.com.br




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