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Para 'Economist', governador do MT é ameaça à Amazônia
A revista britânica The Economist critica duramente o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS), numa reportagem sobre o desmatamento da floresta Amazônica.
A edição, que começa a ser vendida nesta sexta-feira, traz uma extensa reportagem de capa sobre o projeto de melhorias na rodovia BR-163 (que liga Cuiabá a Santarém) e as eventuais ameaças ambientais do projeto.
Maggi, que além de governador é um dos proprietários do maior grupo produtor de soja do mundo, é apresentado como uma ameaça para a floresta.
"Durante o ano em que Maggi assumiu o governo, o índice de desmatamento mais que dobrou", afirma a revista, que diz que ele "certamente não é de abraçar árvores".
Irritação
Falando à BBC Brasil, o governador do Mato Grosso rebateu as acusações e mostrou irritação com a forma como foi retratado pela The Economist.
"Eu já havia decidido não conversar mais com a imprensa internacional sobre a questão ambiental brasileira porque, por mais que você explique e apresente números oficiais do governo brasileiro, as pessoas têm uma tendência de distorcer os números, não querem entender os números", declarou.
Maggi acrescentou que o último levantamento sobre o desmatamento no Estado que comanda é de 2002 e que, desta forma, a revista não teria como demonstrar que a derrubada de árvores cresceu no primeiro ano de seu mandato, 2003.
Não queremos ampliar novas reservas. Cada vez que você quer criar novas reservas, cria problemas sociais muito grandes com outros moradores, fazendeiros, pequenos produtores e cidades. Não quero confusão, não quero briga no Estado do MT.
Blairo Maggi, governador do MT
A reportagem insinua que, enquanto grande produtor de soja, os interesses do governador estariam na contramão da preservação ambiental.
"Tudo o que é bom para a soja é ruim para o Brasil, acreditam muitos brasileiros. Ela contribui para o desflorestamento, geralmente de forma indireta, ocupando pastos e empurrando os fazendeiros mais para dentro da floresta. Ela polui os rios com pesticidas. Plantadores de soja acumulam terras, mas empregam poucas pessoas", afirma a reportagem.
Novamente, o governador questiona os argumentos da publicação britânica. "A soja tem proporcionado ao MT e ao Brasil crescimento na área econômica, trazendo melhoria da qualidade de vida, das estradas, das escolas, da saúde", disse Maggi.
"Se você olhar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que alcançamos no MT, isso foi proporcionado pela soja."
A The Economist destaca também uma declaração do governador do Mato Grosso, que representaria a vontade dele em avançar com o desmatamento amazônico.
"Você não pode fazer omeletes sem quebrar os ovos", disse Maggi à revista, que acrescenta que o governador "se opõe a novas reservas para os indígenas, que foram, até agora, os protetores mais confiáveis da floresta".
O governador diz que está agindo de acordo com a lei, que "permite o uso do solo da floresta amazônica para a produção de grãos e outras coisas".
Não a novas reservas
Sobre as reservas, Maggi afirmou: "Temos 12 milhões de hectares de áreas preservadas para os indígenas no MT, é muito maior que muitos países da Europa. Isso corresponde a 11% do território matogrossense, que é respeitado".
"Não queremos ampliar novas reservas. Cada vez que você quer criar novas reservas, cria problemas sociais muito grandes com outros moradores, fazendeiros, pequenos produtores e cidades. Não quero confusão, não quero briga no Estado do MT."
Maggi ilustra com números o seu argumento de que ainda há muito espaço para cultivar na região da Amazônia.
Ele explica que "61% do território brasileiro é considerado amazônico. Apenas 14,7% do território amazônico está ocupado. E apenas 1,48% desse 61% está sendo utilizado para a agricultura, o que é um número muito pequeno", afirmou.
"Isso tudo tem que ser dito dentro de um contexto geral. Estamos falando de 61% do território brasileiro e não como se estivéssemos olhando o quintal da casa do repórter que escreveu a matéria."
Maggi, que além de governador é um dos proprietários do maior grupo produtor de soja do mundo, é apresentado como uma ameaça para a floresta.
"Durante o ano em que Maggi assumiu o governo, o índice de desmatamento mais que dobrou", afirma a revista, que diz que ele "certamente não é de abraçar árvores".
Irritação
Falando à BBC Brasil, o governador do Mato Grosso rebateu as acusações e mostrou irritação com a forma como foi retratado pela The Economist.
"Eu já havia decidido não conversar mais com a imprensa internacional sobre a questão ambiental brasileira porque, por mais que você explique e apresente números oficiais do governo brasileiro, as pessoas têm uma tendência de distorcer os números, não querem entender os números", declarou.
Maggi acrescentou que o último levantamento sobre o desmatamento no Estado que comanda é de 2002 e que, desta forma, a revista não teria como demonstrar que a derrubada de árvores cresceu no primeiro ano de seu mandato, 2003.
Não queremos ampliar novas reservas. Cada vez que você quer criar novas reservas, cria problemas sociais muito grandes com outros moradores, fazendeiros, pequenos produtores e cidades. Não quero confusão, não quero briga no Estado do MT.
Blairo Maggi, governador do MT
A reportagem insinua que, enquanto grande produtor de soja, os interesses do governador estariam na contramão da preservação ambiental.
"Tudo o que é bom para a soja é ruim para o Brasil, acreditam muitos brasileiros. Ela contribui para o desflorestamento, geralmente de forma indireta, ocupando pastos e empurrando os fazendeiros mais para dentro da floresta. Ela polui os rios com pesticidas. Plantadores de soja acumulam terras, mas empregam poucas pessoas", afirma a reportagem.
Novamente, o governador questiona os argumentos da publicação britânica. "A soja tem proporcionado ao MT e ao Brasil crescimento na área econômica, trazendo melhoria da qualidade de vida, das estradas, das escolas, da saúde", disse Maggi.
"Se você olhar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que alcançamos no MT, isso foi proporcionado pela soja."
A The Economist destaca também uma declaração do governador do Mato Grosso, que representaria a vontade dele em avançar com o desmatamento amazônico.
"Você não pode fazer omeletes sem quebrar os ovos", disse Maggi à revista, que acrescenta que o governador "se opõe a novas reservas para os indígenas, que foram, até agora, os protetores mais confiáveis da floresta".
O governador diz que está agindo de acordo com a lei, que "permite o uso do solo da floresta amazônica para a produção de grãos e outras coisas".
Não a novas reservas
Sobre as reservas, Maggi afirmou: "Temos 12 milhões de hectares de áreas preservadas para os indígenas no MT, é muito maior que muitos países da Europa. Isso corresponde a 11% do território matogrossense, que é respeitado".
"Não queremos ampliar novas reservas. Cada vez que você quer criar novas reservas, cria problemas sociais muito grandes com outros moradores, fazendeiros, pequenos produtores e cidades. Não quero confusão, não quero briga no Estado do MT."
Maggi ilustra com números o seu argumento de que ainda há muito espaço para cultivar na região da Amazônia.
Ele explica que "61% do território brasileiro é considerado amazônico. Apenas 14,7% do território amazônico está ocupado. E apenas 1,48% desse 61% está sendo utilizado para a agricultura, o que é um número muito pequeno", afirmou.
"Isso tudo tem que ser dito dentro de um contexto geral. Estamos falando de 61% do território brasileiro e não como se estivéssemos olhando o quintal da casa do repórter que escreveu a matéria."
Fonte:
BBC Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/377658/visualizar/
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