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Politica Brasil
Quarta - 21 de Julho de 2004 às 22:31

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A Terra Indígena de Dourados (MS) é um dos exemplos de maior visibilidade dos efeitos nocivos provocados numa comunidade indígena pela proximidade com um município de habitantes não-índios.

Os costumes se chocam, mas a assimilação dos hábitos e a adoção de modelos comportamentais dos não-índios pelos índios são uma realidade. Uma pesada realidade, que interfere fatalmente no estilo de vida dos índios e desvirtua a sua harmonia sociocultural.

É o que demonstra uma pesquisa de três meses de um Grupo de Trabalho (GT) da Funai, coordenada por Israel Bernardes da Silva, chefe do Núcleo de Dourados, sobre uso de drogas e prostituição infanto-juvenil indígena, feita este ano na Terra Indígena e no município de Dourados, e que resultou na preparação da chamada Operação Sucuri, que começa segunda-feira (19) com a participação das polícias Federal, Civil e Militar.

O nome da operação é sugestivo, porque a Sucuri aperta e mata a vítima por asfixia, para depois devorá-la. No caso da Operação Sucuri, servidores da Funai e policiais pretendem fechar o cerco ao redor dos principais pontos de ilegalidades e corrupção e sanear o problema num período de seis meses, a contar do dia 19.

Os principais atores desse cenário de más influências, aqueles que cooptam jovens de três etnias que vivem na T.I. de Dourados – Guarani, Kawá e Terena – e os tornam dependentes de drogas e reféns de outros hábitos que rondam a ilegalidade, já foram identificados.

Prisão

Agora, a idéia é levar os responsáveis para a prisão, afirma Odenir Pinto de Oliveira, da Funai, que integra o grupo e auxilia na montagem da operação.

Conforme o servidor da Funai, os principais problemas identificados durante as pesquisas do grupo de trabalho são uso e tráfico de drogas, prostituição infanto-juvenil, porte de arma ilegal, uso da reserva como rota de fuga de traficantes e de ladrões de automóveis e área de desmonte de carros dentro das aldeias.

A Terra Indígena de Dourados é um bairro da cidade e está encravada dentro do perímetro urbano do município. Aos poucos foi cercada pelas construções da cidade e com o tempo criou-se uma espécie de cinturão de marginalidade das mais perniciosas para a comunidade, relata Israel Bernardes. Ali vivem 11.200 índios, sendo 5.500 guaranis, 3.000 kawás e 2.700 terenas.




Fonte: Folha do Estado

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