Exportações mato-grossenses somam US$ 1,4 bi no semestre

Mato Grosso exportou no primeiro semestre de 2004 US$ 1,4 bilhão e obteve um saldo na balança comercial de US$ 1,2 bilhão. Estes números historicamente são os melhores já obtidos pelo Estado. O volume exportado nestes seis primeiros meses, supera o volume de vendas externas contabilizadas em 2001, que foi de US$ 1,3 bilhão.

Em relação ao semestre passado as exportações cresceram 47% e o saldo da balança é 45% superior aos US$ 885 milhões dos primeiros seis meses de 2003.

O melhor aproveitamento da logística de transportes aliada ao período de preparação para a nova safra incrementaram em 62% as importações estaduais se comparada a igual período de 2003.

Mantendo um crescimento médio de 40% ao mês neste semestre, e considerando os picos dos próximos meses, o setor prevê que as exportações estaduais fechem o ano acima do projetado (US$ 2,5 bilhões) e atinjam de US$ 2,75 bilhões a US$ 3 bilhões, o que refletirá um crescimento de 42% sobre os US$ 2,1 bilhões de 2003. "Isso em uma visão não muito otimista", pondera o coordenador do Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), Gavur Kirst.

Somente em junho, a pauta estadual registrou volume de vendas de US$ 293,8 milhões, o terceiro maior desempenho do ano. "Mais uma vez os responsáveis pelo avanço das exportações foram o complexo soja (apesar de uma redução de 14% de maio para junho por questões de baixa no mercado), algodão, carnes e madeira. Toda a pauta em seis meses registra cifras que correspondem a metade dos US$ 2,5 bilhões estimados para o ano", aponta Kirst.

Para este semestre as expectativas apontam ainda para evolução das vendas de soja, algodão e madeira. Desde 1998 até 2003, os meses de julho, agosto, setembro e outubro são considerados picos, "a soja permanece sendo embarcada e registramos aumento das vendas de algodão. A safra norte-americana da oleaginosa entra no mercado a partir do final de outubro e refletirá nas exportações estaduais somente em dezembro e em janeiro e fevereiro de 2005", aponta Kirst.

Alguns produtos revelam crescimentos consideráveis no decorrer do semestre. De fevereiro a março, o complexo soja cresceu 66% e as vendas de soja em grão, 348%, refletindo o início da safra no Estado. De abril a maio, o complexo da oleaginosa cresceu 56%, o grão 55,7%, o farelo 54,5% e o óleo 86%. O complexo de carnes evoluiu 18% no mesmo período, sendo somente a carne suína 76,3% e o algodão 58%.

EMBARGO - A proibição da Rússia às importações de carne de Mato Grosso, há mais de um mês, refletiu na queda da comercialização de carnes suínas. Em abril o Estado negociou com a Rússia US$ 124 mil, em maio US$ 308 mil e em junho US$ 31 mil. De modo geral, as exportações suínas de maio a junho foram reduzidas em 92%, "em junho tudo que Mato Grosso exportou foi para a Rússia, que absorve 70% da nossa produção", frisa Kirst. Com relação a carne bovina, o semestre ainda não revela redução no volume negociado. Em abril foram US$ 418 mil, em maio US$ 2,6 milhões e em junho US$ 2,8 milhões. "Nosso maior mercado é a União Européia, responsável pelo consumo de 50% das exportações nacionais", explica Kirst.