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Politica Brasil
Terça - 20 de Julho de 2004 às 09:26
Por: Luciana Giradelo

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As coligações para prefeito e vereador nas eleições deste ano reforçam o discurso de profissionalismo partidário e explicitam a quebra de “pudores” nas composições. Resistente a alianças com partidos considerados de direita nas eleições municipais anteriores a 2000, o PT fechou composições com o PFL em 30 municípios, com o PSDB em 38 e, em 50 cidades, com o PMDB, o grande aliado político do partido nessas eleições. O mapeamento das coligações foi divulgado nessa segunda-feira pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

De acordo com os dados do Sistema de Informações Eleitorais e Estatística (SI) referentes a coligações para prefeito, os partidos que costuraram as composições mais amplas e na maior parte dos municípios do Estado são o PT, o PSDB, PMDB, PFL, PPS, PTB e PP. O quadro de coligações dos petistas apontam a tendência em se aliar aos partidos da base do Governo Lula, como é o caso do PMDB, que tem dois ministros, o das Comunicações e o da Previdência, com o PTB, PP, PL e PSDB.

Destaca-se ainda, apesar das declaradas divergências ideológicas entre petistas e socialistas, a composição com o PPS em 34 cidades de Mato Grosso. O velho aliado PC do B reforçará o PT em oito municípios. Na lista de alianças do Partido Comunista do Brasil estão ainda o PFL, em três cidades, o PP, em seis, o PSB, em sete municípios, e o PTB em cinco. Vale lembrar que, nas eleições municipais de 2000, a direção nacional do PT vetou as coligações com o PFL e com demais partidos de direita.

O PPS, por sua vez, fechou a maior composição com o PP em 66 municípios, com o PFL em 62 cidades, com o PMDB em 51, com o PL em 49 cidades do Estado e se aliou ao PL em 49 localidades. Para o analista político, advogado Pedro Lima, a composição do PPS com o PFL seria impensável há alguns anos pelos princípios ideológicos que norteiam os programas partidários. “O PPS é sucessor do PCB, totalmente divergente do PFL. O que acontece hoje no Brasil é que alguns dirigentes partidários ingressam numa legenda sem sequer ler uma linha do programa do partido”, comentou.

A costura de alianças do PSDB inclui o PFL, em 37 cidades, o PMDB em 46, o PP, em 50 municípios, o PTB em 55, o PSB em 34, dentre elas Cuiabá, o PL em 36 e o PDT em 30 cidades. O PT comporá chapa com os tucanos em 38 municípios. De acordo com o relatório do TRE, o maior aliado dos peemedebistas é o PPS, com o qual estão fechados em 51 municípios. As coligações mais representativas do PMDB para prefeito, além do PPS, são com o PFL, PL, PP, PSDB, PT e PTB.

DITADURA - Fundador do PFL em Mato Grosso, o advogado Pedro Lima lamenta as fusões do atual quadro, mas atribui as composições entre legendas que não se identificam ideologicamente a negociações por benesses, cargos governistas e a projetos políticos pessoais. “Nós saímos de uma ditadura militar e entramos numa ditadura partidária”, opinou. O advogado referiu-se à ingerência das cúpulas nacionais do partido na articulação das composições e, principalmente, à intervenção das lideranças políticas dominantes.

Na opinião do analista, algumas medidas poderiam minimizar as incoerências do quadro. “Eu defendo que todos os partidos fossem obrigados a lançar nomes a prefeito e que ficasse expressamente proibida a cessão de tempo de televisão ao partido aliado”, pregou.




Fonte: Diário de Cuiabá

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