Política dos EUA para a Aids é criticada

Cientistas e ativistas criticaram a defesa que o presidente americano, George W. Bush, faz da abstinência como uma das melhores formas para combater a transmissão do vírus HIV.

Para os especialistas, esse discurso pode pôr em dúvida o uso da camisinha como uma forma eficaz de combater a transmissão, e assim fragilizar a luta contra o vírus.

A editora de uma das principais publicações médicas dos Estados Unidos também criticou o governo Bush por não ter levado muitos cientistas americanos para a conferência em Bangcoc.

Custos

Segundo Catherine DeAngelsis, a delegação americana é muito menor do que em eventos anteriores - 50 pessoas (a chinesa tem 500).

O governo americano disse que levou em consideração problemas de custos para limitar o número de cientistas.

No entanto, DeAngelsis afirmou que sua publicação ofereceu pagar os custos da viagem a pelo menos um cientista americano e, mesmo assim, ele recusou, dando a entender que não poderia contrariar as instituições científicas do país.

“É um incrível exemplo de mesquinhez política, é interferir com a ciência e o processo científico”, reclamou a editora.

Há rumores na conferência de que a decisão de não apoiar os cientistas teria relação com o fato de o secretário de Saúde dos Estados Unidos, Tommy Thompson, supostamente ter sido mal recebido na conferência anterior, há dois anos.

Os Estados Unidos também foram criticados por criar mecanismos próprios para investir suas doações de recursos para combate à doença em países do Caribe e da África.

Os representantes do governo americano reagiram às críticas dizendo que o país decidiu economizar nas viagens à conferência para poder gastar mais dinheiro com tratamentos.

Eles também disseram que os Estados Unidos aplicam mais dinheiro no combate à Aids e em doações para ajudar nações com problemas do que todos as outras nações doadores do mundo somadas.